22/08/2023

Que inclusão?

Um país que prega a igualdade e a inclusão, que tem mais de 10% da população com algum tipo de deficiência e cuja sociedade não está preparada para enfrentar o diferente e muito menos para cumprir as leis. Infelizmente essa é a realidade e Guarapuava está inserida nesse contexto. E se pensarmos que a cada dia cerca de 10 mil pessoas se tornam portadores de algum tipo de dficiência gerada por acidentes automobilísticos, principalmente, as motos, a situação se agrava ainda mais.

Durante a reunião que o candidato a prefeito Cesar Filho (Aliança para o Progresso) fez com portadores de necessidades especiais ficou evidente como somos despreparados e só sentimos aquilo que está muito próximo de nós.

Ao ser questinado por um surdo-mudo o que pretendia fazer para que esse público tivesse condições de se comunicar nos postos de saúde, num hospital e contar o que estava sentido, ou, pelo menos saber que estava sendo chamado para a consulta, Cesar Filho parou e disse: "Realmente não sei o que dizer. Estou envergonhado por que não nunca pensei nisso, mas vamos garantir que atendentes que dominem a linguagem de Libras estejam presentes desde a portaria até a consulta com o médico", assegurou.

Perante a "mea culpa" feita pelo candidato percebi que também nunca fiquei atenta a essa dificuldade, assim como o atual governante não foi sensível aos problemas não apenas dos surdos-mudo, como também dos cegos, dos deficientes físicos. Com calçadas irregulares e esburacadas, degraus, falta de pisos sonoros, de semáforos e pontos de ônibus adaptados, restaurantes, lojas e outros espaços, como é possível falar em inclusão? Nossas escolas, com raras exceções, não estão preparadas para receberem alunos especiais. A falta de adaptação começa pela estrutura física e se estende aos demais setores. Quando se fala em aluno especial se restringe a portadores da Síndrome de Down, quando se fala em PC (paralisia cereberal) o preconceito e a discriminação aumentam ainda mais.

O maior exemplo desse descaso para com o cidadão portador de necessidades especiais está na própria Prefeitura cuja estrutura física é totalmente despreparada. Na Câmara de Vereadores, pro exemplo, há uma entrada especial para deficientes físicos, mas o balcão de atendimento impede que um cadeirante seja atendido. Falar em inclusão, em adaptação de estrutura somente para estar dentro do jargão do "politicamente correto" é mera balela. O que é preciso,a cima de tudo, é fazer as coisas pensando no cidadão. Será que é tão dificl fazer isso?

Cristina Esteche

Jornalista

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