Quem mandou matar Marielle? Tudo indica que a resposta esteja na delação do ex-policial Ronnie Lessa à Polícia Federal. De acordo com informações que correm soltas pela Internet nesta terça (23), o autor dos disparos que mataram Marielle Franco e Anderson Gomes, teria delatado o ex-deputado estadual Domingos Brazão. Este é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e seria um dos mandantes do crime.
Essa não é a primeira vez que Brazão foi citado nas investigações do assassinato de Marielle, que era o principal alvo dos assassinos. Aliás, o currículo do moço é pra causar inveja no mundo do crime. De acordo com a ‘Carta Capital’, Domingos Brazão, de 58 anos, é líder de um poderoso grupo político da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Pra quem desconhece, ali está o berço das milícias. O clã inclui o deputado federal Chiquinho Brazão, o deputado estadual Manoel Brazão e o vereador Waldir Brazão.
FICHA CORRIDA
Em cinco mandatos como deputado estadual no Rio, Domingos Brazão acumulou polêmicas e suspeitas de corrupção até ser afastado. No entanto, logo depois ele ganha uma recompensa ao ser realocado como conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.
Mas, conforme a ‘Carta Capital’, ainda tem mais. Na ficha dele há acusações de improbidade administrativa, fraude, máfia dos combustíveis e o envolvimento com milícias para a compra de votos e formação de curral eleitoral. Além disso, há ligações estreitas com a Família Bolsonaro. Afinal, a esposa e o filho de Chiquinho Brazão ganharam passaportes diplomáticos dados pelo ex-presidente Bolsonaro. Já, Domingos Brazão dobrou com Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
E como todos desejam saber, o motivo pode estar em suposta vingança contra o ex-deputado Marcelo Freixo. À época filiado ao PSOL, Freixo presidiu o relatório final da ‘CPI das Milícias’. Brazão teve o nome citado. Depois, em 2017, Freixo também teve papel central na ‘Operação Cadeia Velha’, que prendeu políticos de peso do MDB, partido de Domingos. Essa operação mirou um esquema de distribuição de propinas a deputados estaduais na Alerj. Cinco meses depois Marielle morreu.
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