22/08/2023
Geral Guarapuava

"Queremos apenas o direito de existir"

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Da Redação

Guarapuava – “Somos contra qualquer tipo de violência”. É com este propósito que o Coletivo Bajubá de Guarapuava luta todos os dias para que lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBTs) sejam respeitados e aceitos pela comunidade.

“Socialmente hoje é muito difícil defender a nossa bandeira, principalmente em Guarapuava, que ainda é muito conservadora”, lamenta Carina Silva, porta voz do Coletivo Bajubá.

Atualmente não existem números exatos que retratem à violência sofrida pelos LGBTs em Guarapuava, até porque a violência sofrida por membros da comunidade, muitas vezes, ainda não é reconhecida pelos órgãos que acatam as denúncias. Mas existem pessoas que lutam pelo reconhecimento dos direitos LGBTs, pelo respeito e contra a violência.

O Coletivo Bajubá, que tem como uma de suas bandeiras uma releitura do Lobo Guará, símbolo de Guarapuava, trazendo em sua calda as cores da bandeira LGBT, é uma figura importante na luta de uma comunidade que ainda vive às sombras do preconceito.

“A intenção é justamente desconstruir a ideia de que o homem deve ser o machão, o fortão, como impõe a nossa sociedade”.

No Dia Internacional de Combate à Homofobia, o coletivo ainda não se sente à vontade para realizar nenhum tipo de ato público em Guarapuava por temer represálias da sociedade.

“Não sabemos quem são as pessoas que iremos encontrar nas ruas, muitas ainda propagam o ódio. Dessa forma vamos apenas publicar um conteúdo em nossa página para que as pessoas reflitam sobre a data”.

De acordo com Carina, o número de adolescentes que procuram o coletivo é muito alto.

“Acredito que muitas vezes a violência começa dentro de casa, pais e filhos não sabem como lidar com a situação”.

Em 2017, é difícil de aceitar que, além das ruas, a própria casa não é um lugar seguro para as pessoas que simplesmente amam seus iguais. Todo e qualquer tipo de violência deve ser denunciada, para isso, Carina orienta que o ato violento seja comunicado pelo 181 (telefone nacional dos Direitos Humanos), ou pelo (42) 3621-3000 – Centro de Referência de Assistência Social, o Creas.

A Delegacia da Mulher de Guarapuava também é uma parceira no combate à violência. As vítimas podem ainda recorrer à página do Bajubá nas redes sociais (clique aqui).

“Ainda, a maior forma de denúncia são as redes sociais. Então se você sofrer qualquer tipo de violência grave, tire foto e publique nas redes sociais, isso chama atenção de alguma forma o agressor acaba sendo punido”, aconselha a porta voz do coletivo. 

Cristina Esteche

Jornalista

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