22/08/2023

Rap promove inclusão de interno do semi aberto

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Cristina Esteche

A vida de Kauê Bandeira Ribas, 29 anos, se divide em antes e depois do Hip Hop. Casado, pai de um casal de filhos, Kauê, de repente, se viu envolvido numa tragédia familiar. Sua mãe foi estuprada e morta. “Eu encontrei ela caída em casa."

Num dia, quando Kauê e a esposa caminhavam encontraram com o algoz. “Eu vinha sendo ameaçado por ele e quando o vi atirei, mas acertei o irmão dele.”

Acusado pela tentativa de assassinato, Kauê ficou preso durante sete meses na Cadeia Pública de Guarapuava. Absolvido pelo júri popular pela tentativa, Kauê, porém, foi condenado a três anos em regime semiaberto por porte de arma e lesão.

Para desabafar o que sentia na prisão, Kauê começou a escrever. “Eu precisava fazer alguma coisa para colocar pra fora o que eu estava sentindo. Como gosto de compor, foi por aí que eu fui.”

Captado pelo projeto Voz Ativa, coordenador por Tizil do Rap, Kauê transformou em rap a letra onde fala do amor pela esposa, da saudade dela e do filho, e da esperança da filha que estava por nascer. “Escolhi o rap porque é um estilo musical próprio de quem é discriminado pela sociedade. É a cultura da periferia, de quem tem a revolta dentro do si e não consegue exprimir esse sentimento de outra forma. E foi aí que eu me encontrei.”

O rap composto por Kauê faz parte do CD Geração Hip Hop, produzido pela Secretaria Municipal de Assistência Social, em Guarapuava e cujo lançamento aconteceu no dia 28 de setembro, durante o Festival do Hip Hop.

"A gravação desse CD me mostrou uma luz no fundo do túnel. Hoje quero cumprir a minha pena, continuar trabalhando e estar voltado à minha família. Quero arrumar a minha casa, das melhores condições de vida à minha esposa e filhos."

 

Cristina Esteche

Jornalista

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