Era uma casa cheia de lembranças boas desenhadas em cada detalhes. As paredes, o teto, a estrutura e o carinho por ela supera os 55 anos de idade. Tudo novo de novo. Essa é a descrição da casa do psicólogo Silvio Luis Ortiz, 44 anos, em Guarapuava. Ele criou um refúgio do Rock com materiais de ferro velho.
A casa conta com um lustre que é uma bateria. Discos de vinil desenham o cabelo de Jimi Hendrix na parede. Fitas k7 fazem o design da mesa de centro. Outros instrumentos e posters também fazem parte da cara nova, da casa velha.
HISTÓRIA
A casa, que foi construída pelo pai de Silvio, Amaro da Silva Ortiz, era um ponto comercial o “Dormitório do Juca” e também era a casa da família. Depois da morte precoce do pai e com a vida adulta dos irmãos chegando, o local foi alugado e utilizado como uma fábrica.
Por longos anos a estrutura se deteriorou. Silvio fez a primeira reforma no local por volta do ano de 2006. “A expectativa geral era de que não daria certo, mas a casa me surpreendeu positivamente”. Mas, neste ano a mudança foi radical.
Ferros velhos e muita criatividade fizeram parte do processo de cinco meses para a conclusão da transformação. “Quando pensei em mudar, a ideia inicial era fazer algo mais artesanal, menos comercial, e com certa personalidade mas, as ideias foram chegando. Quando vi a ideia inicial que era usar a bateria como um lustre, foi a última a ser concretizada”.
A TRANSFORMAÇÃO
Todos os itens foram desenvolvidos, escolhidos e pensados, juntamente, com o irmão e a cunhada de Silvio. Wanderlei Ortiz é restaurador de antiguidades e Rozana Rosoha Ortiz artista plástica.
“A gente debatia sobre o que fazer, como não tínhamos prazo fomos fazendo conforme encontrávamos os materiais, que foram coletados em ferros velho”. Ele destacou a importância do olhar artístico para encontrar função para os achados. “Quando você entra no ferro velho, você não vê nada além de entulho. A mente tem que ser treinada”.
Ele destacou ainda que alguns itens, como as fitas k7 que enfeitam a mesa de centro da sala foram doadas por amigos. “Algumas coisas são difíceis de serem encontradas. As fitas, em sua maioria eram da minha família, uma delas inclusive contém a voz do meu pai, que morreu há muitos anos, outras recebi de amigos que acompanharam a transformação”.
REPERCUSSÃO
Depois de postar nas redes sociais o resultado do trabalho um músico local pediu para gravar um clipe no interior da residência. Além disso, fotógrafos procuraram o local para ensaios especiais.
“Eu tenho muito carinho por este local, aqui eu vivi minha infância e boa parte da minha vida, e hoje, com todo esse carinho de fazer as coisas com as próprias mãos continuo com o sentimento que me acompanhou ao longo da vida”.