A partir de situações que venho observando muito de perto, percebo que o poder é um ímã para alianças. Mas também um filtro implacável para amizades. A máxima “rei morto, rei posto” nunca foi tão verdadeira na política. E vejo, mais uma vez, que nos momentos de transição ex-líderes percebem que o prestígio de ontem não garante lealdade hoje.
O ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca, sentiu isso na pele após deixar o Palácio 29 de Março. Sem caneta para nomear comissionados, viu sua lista de ‘amigos’ murchar rapidamente. Na festa de aniversário dele, apenas poucos e fiéis aliados compareceram, enquanto figuras que antes orbitavam seu círculo de influência desapareceram. A ausência de nomes como Ricardo Barros e Cida Borghetti trata-se de um sinal claro de que as relações políticas são frequentemente pautadas pelo pragmatismo e não pela lealdade pessoal. Ambos lideram o PP, atual sigla de Greca.
Exemplos como esse não são exclusivos da capital. Aqui em Guarapuava, o fenômeno se repete sempre que um ciclo político chega ao fim. Basta observar como antigos aliados de ex-prefeitos desaparecem do cenário quando o mandato se encerra, buscando novas acomodações no grupo que assume o poder. Os mesmos que antes carregavam bandeiras e faziam discursos inflamados, muitas vezes, mudam de lado sem cerimônia, mostrando que, na política, as ‘amizades’ têm prazo de validade.
Se há uma lição, é que o poder pode ser solitário e efêmero. No fim, o que resta são aqueles poucos que estavam por perto não por interesse, mas por verdadeira afinidade. Ou seja, uma minoria em um jogo onde a lealdade costuma ter preço.
EM TEMPO
Quem hoje está no poder deve ficar atento, porque o tempo voa!
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