22/08/2023
Segurança

Reivindicações estão sendo avaliadas com cautela, diz chefe da carceragem

A nova formatação de trabalho que está sendo implantada na Cadeia Pública de Guarapuava foi uma das principais causas da tentativa de fuga em massa e que acabou resultando num motim, na sexta-feira (31). A avaliação foi feita pelo chefe da carceragem Anderson Uchak à REDE SUL DE NOTICIAS, nesta segunda-feira (03). Desde que a cadeia passou da Secretaria Estadual de Segurança Pública para a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), operações “pente fino” estão sendo realizadas com frequência, inspeção rigorosa no dia de visita (sexta-feira), entre outras medidas, desagradam os presos. “No último pente fino que fizemos pegamos quase 80 aparelhos celulares, estoques e outras armas artesanais”, disse Anderson, que também responde pela chefia da PIG (Penitenciária Industrial de Guarapuava). “As reivindicações feitas por presos e familiares estão sendo avaliadas com cautela, mas muitas não podem ser atendidas. “Estamos implantando procedimento padrão e tem que haver rigor na revista. Dia desses flagramos um celular no meio da comida que ia ser entregue. Os familiares conseguem passar as coisas das mais diversas formas. Não existe o menor fundamento de qualquer reclamação  da revista, pois não ocorre nenhum tipo de abuso e se houver vamos averiguar”, assegurou. “Estamos tentando moralizar e sempre há reação. Essa rebelião já era esperada”, disse Anderson.

De acordo com Anderson, a cadeia de Guarapuava é “extremamente vulnerável”, situação que começa com a superlotação. “Qualquer tipo de melhoria acabamos batendo contra a massa carcerária que é muito unida”, disse.

Anderson disse também que a deficiência estrutural é “gigante” e que não existe um planejamento nos vários serviços prestados, como conduzir os presos para o banho de sol, em escolas, na hora das refeições. “Nossos agente tem que entrar nas galerias”, o que os torna vulneráveis a qualquer tipo de ação.

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Cristina Esteche

Jornalista

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