O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da ‘CPI da Covid’, registrou na manhã desta quarta (20), o relatório final no sistema do Senado. Dessa forma, o texto apresenta mais de 1.100 páginas e pede 68 indiciamentos, entre pessoas físicas e empresas. O presidente Jair Bolsonaro é uma delas.
A sessão foi aberta no fim da manhã de hoje (20). O relatório cita a demora para comprar vacinas, disseminação de fake news, o gabinete paralelo, bem como, suspeitas de corrupção, o colapso do oxigênio no Amazonas e o escândalo da Prevent Senior.
Antes do relatório final, foram apresentadas duas minutas. Em seguida, a versão final foi definida após debates com demais integrantes da cúpula da CPI. Ou seja, a reunião na noite dessa terça (19) selou o acordo final.
CRIMES DE BOLSONARO
Agora, o relatório apresenta as conclusões da investigação. Conforme o relatório, além dos nove crimes atribuídos a Jair Bolsonaro, a lista inclui ministros, ex-ministros, três filhos do presidente, deputados, bem como, de médicos e duas empresas.
Portanto, o relator pede indiciamento de Bolsonaro pelos seguintes crimes: epidemia com resultado morte e infração de medida sanitária preventiva. Bem como, charlatanismo, incitação ao crime e falsificação de documento particular. Além de emprego irregular de verbas públicas, prevaricação e crimes contra a humanidade. Também por crimes de responsabilidade (violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo).
Anteriormente, o relatório pediria indiciamento do Presidente também pelos crimes de homicídio e genocídio indígena. Contudo, na noite dessa terça, a cúpula da CPI decidiu excluir essas acusações, que eram um dos pontos de divergência entre Renan e os colegas.
Segundo o G1, Bolsonaro disse que os integrantes da CPI ‘nada produziram’. Além disso, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falou que não é ‘comentarista de relatório’.
DEMAIS PEDIDOS
Do mesmo modo, a Comissão pediu o indiciamento de três filhos de Bolsonaro – Eduardo, Carlos e Flávio -, por incitação ao crime. Bem como, de ministros e ex-ministros também estão na lista:
Ministros
- Marcelo Queiroga (Saúde) por epidemia com resultado morte e prevaricação;
- Onyx Lorenzoni (Trabalho) por incitação ao crime e crime contra a humanidade;
- Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União) por prevaricação;
- Braga Netto (Defesa) por epidemia com resultado morte.
Ex-ministros
- Eduardo Pazuello (Saúde) por epidemia com resultado morte, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, comunicação falsa de crime e crime contra a humanidade;
- Ernesto Araújo (Relações Exteriores) por epidemia com resultado morte e incitação ao crime.
Além disso, cinco deputados federais podem ser indiciados:
- Ricardo Barros (PP-PR) por incitação ao crime, advocacia administrativa, formação de organização criminosa e improbidade administrativa;
- Bia Kicis (PSL-DF) por incitação ao crime;
- Carla Zambelli (PSL-SP) por incitação ao crime;
- Osmar Terra (MDB-RS) por incitação ao crime e epidemia culposa com resultado morte;
- Carlos Jordy (PSL-RJ) por incitação ao crime.
Dessa forma, Renan quer o indiciamento de empresários, médicos e blogueiros. Por fim, o relator identificou, ao longo de 1.180 páginas, o cometimento de mais de 20 crimes.
(*Com informações do Portal G1)
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