Curitiba – O governador Roberto Requião se reuniu, nesta segunda-feira (12), no Palácio das Araucárias, com secretários de Estado e representantes de secretarias e autarquias. Requião determinou ações específicas às comunidades quilombolas, como a construção de 200 casas, pela Cohapar, em parceria com a Copel e Sanepar, além de escolas e a criação de grupos de trabalho nas áreas de saúde, da criança e da juventude, meio ambiente e agricultura.
Juntamos os esforços para um foco de ação nas antigas comunidades quilombolas do Estado. São negros e escravos que há cerca de 150 anos estão nos mesmos espaços e praticamente abandonados, declarou o governador.
Segundo Requião, em toda última segunda-feira do mês haverá reunião, logo depois a do Mãos Limpas, para que as secretarias prestem contas das ações. É um projeto de inclusão social, para tirar dessa situação de baixíssimo índice de desenvolvimento humano as comunidades que existem no Paraná, afirmou.
INÉDITO Para o presidente do Grupo de Trabalho Clóvis Moura, Glauco Souza Lobo, também presente na reunião, a atitude do Governo do Estado, de uma política quilombola é uma decisão única no Brasil. Não existe nada parecido. O Paraná saiu na frente para resolver e tratar desta questão, avaliou.
O Grupo de Trabalho Clóvis Moura foi criado pelo governo do Paraná em abril de 2005, com o objetivo de integrar as comunidades quilombolas com o Governo do Estado. O grupo faz o levantamento da população quilombola, verifica as suas necessidades e as encaminha para as secretarias estaduais.
Lobo contou que, atualmente, 86 comunidades quilombolas foram visitadas pelo grupo no Paraná. Dessas, 50 são tradicionais negras e não se autorreconheceram como quilombolas e 36 são comunidades remanescentes de quilombos, certificadas pela Fundação Palmares (do Ministério da Cultura), explicou. Descobrimos que essas comunidades são carentes de políticas públicas, completou.
Desde então, o Governo do Estado já criou vários projetos, que estão em andamento. É o caso das casas quilombolas e hortas comunitárias, convênio da Secretaria do Trabalho e Emater. Procuramos o atendimento às comunidades com ações conjuntas de vários órgãos, afirmou Lobo.