A filiação de Requião Filho ao PDT, marcada para o próximo dia 16, tomou conta da pauta política no Paraná neste quase fim de semana. Trata-se de movimento estratégico que reconfigura o tabuleiro político do Paraná com vistas à sucessão de Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) em 2026. Em um evento na sede nacional do partido, em Brasília, o deputado estadual oficializará a entrada na legenda ao lado do pai, o ex-governador Roberto Requião. Figura histórica, combativa, o ex-governador reforça o peso simbólico e político da ocasião. Nesse dia, Requião Filho assume a presidência do Partido no Paraná.
A força de Requião Filho na corrida ao Palácio Iguaçu, portanto, não deve ser subestimada. Com 18% das intenções de voto na última pesquisa da ‘Futura Inteligência’, o deputado desponta como um nome competitivo. Afinal, tem capacidade de romper a hegemonia da máquina governista e de catalisar o campo progressista em torno de uma candidatura unificada. O projeto dele, ‘Paraná em Movimento’, lançado em maio, por exemplo, tem como objetivo justamente construir um plano de governo plural, participativo e enraizado nas demandas da população paranaense.
COALIZÃO
Requião Filho rompeu com o PT no início de 2025, após atritos internos e diferenças de orientação estratégica. Apesar da saída, o deputado tem evitado o discurso de ruptura total com o partido e não descarta, inclusive, a construção de uma frente de esquerda mais ampla. A perspectiva de uma coalizão com o próprio PT e outras siglas como PSOL, PV e até setores do MDB progressista está em aberto. Trata-se de um esforço de articulação que dependerá de maturidade política e da disposição de superar vaidades e disputas passadas.
O apoio do presidente estadual do PDT, deputado Goura, é peça-chave nessa equação. O consenso entre os dois evita disputas internas e fortalece o projeto pedetista como uma candidatura viável, de viés programático e com credenciais na defesa de políticas públicas, sobretudo em áreas como educação, transporte, meio ambiente e desenvolvimento regional.
Ambos compartilham valores históricos do trabalhismo e da esquerda democrática, o que amplia a coerência do projeto frente ao eleitorado. Tanto é que os dois, mais o deputado Professor Lemos (PT) estavam juntos na audiência pública sobre ‘Hortas Urbanas e Segurança Alimentar’, nessa quinta (3), na Assembleia Legislativa do Paraná.
CURI x GUTO
Enquanto isso, do lado governista, Ratinho Junior se vê às voltas com uma disputa prematura entre potenciais herdeiros políticos. Alexandre Curi, deputado influente e experiente, antecipou a pré-campanha e incomodou aliados. Guto Silva, ex-secretário da Casa Civil, também articula nos bastidores, buscando ocupar um espaço mais técnico e institucional. A divisão interna na base do governador, que até pouco tempo parecia monolítica, pode favorecer candidaturas alternativas, caso não haja um consenso rápido.
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