Lizi Dalenogari, da Redação
Eram 47 jovens que ingressaram juntos no Exército em 1995. Nos primeiros 21 dias de internato o que se via eram olhares apreensivos, receosos de tudo que ainda viria pela frente. Mal sabiam eles que aquele ano os uniria para sempre. “Em meio ao sofrimento, a ralação, muitos queriam desistir, mas um dava força para o outro. Ali, naqueles primeiros dias não tínhamos idéia de que tudo aquilo nos uniria e modificaria nossas vidas para sempre”, diz Erivelton Stocco, organizador do encontro dos reservistas de 95.
Em 20 anos muitos mantiveram contato. Tanto contato que alguns deram aos seus filhos os nomes dos amigos de tropa. Outros se tornaram compadres. E há menos de um ano se criou um grupo no WhatShapp que fulminou no encontro dos amigos e familiares.
Fernando Leandro Albano Assis, o soldado Albano (217), viajou para os Estados Unidos assim que deixou o Exército em 1996 e reside lá até hoje. Antecipou as férias no Brasil para poder participar do encontro. “É uma satisfação perceber que a maioria daqueles rapazes se tornaram homens de bem, constituindo lindas famílias. O Exército nos ensinou muitas coisas que certamente contribuíram muito para isso. Somos bons pais e cidadãos, por isso que acredito que todo jovem deveria viver a experiência do Exército”, diz Fernando, que hoje dá aulas para cadetes da Força Aérea Auxiliar dos Estados Unidos.
O momento reuniu estes homens e suas famílias. Em meio a muitas risadas relembrando momentos cômicos da época, houve espaço para juntos relembrarem também alguns gritos de guerra. Entre eles:
“E a BC? E a BC?
Avante sem parar
Sempre a lutar
Nosso objetivo é a
Vitória conquistar
Na Topo, e Cetir e Comunicações
Levanta, regula e transmite as missões
V de Vitória e também de Vibração
A garra da BC é a nossa União
Comando Brasil
Acima de tudo!”
No quartel, a disciplina e o respeito aos superiores são ensinados antes mesmo de os jovens serem incorporados ao Exército, e a união sem dúvida é um dos pontos fortes deste período . “O que aprendemos lá nos conduziu por diferentes caminhos mas seguimos princípios éticos em comum. Nos orgulhamos do que nos transformamos e o que conquistamos e jamais esqueceremos o ano de 1995”, finaliza Stocco.