terça-feira, 1 de abr. de 2025
Em Alta Guarapuava Segurança

Réu diz que não lembra das facadas, mas admite: “Com certeza fui eu”

Felipe Leão Caldas, réu do feminicídio de Terezinha Portella, culpa álcool e "calor do momento" pelo crime

Felipe Leão Caldas, réu do feminicídio de Terezinha Portella, culpa álcool e "calor do momento" pelo crime

Felipe Leão Caldas é réu pelo feminicídio de Terezinha Alves Portella (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

O julgamento do músico Felipe Leão Caldas, réu pelo feminicídio da cabeleireira Terezinha Portella, ocorrido em setembro de 2023, segue em andamento no Fórum de Guarapuava. Após os depoimentos da filha e do genro da vítima pela manhã, a tarde foi marcada pelo interrogatório do réu, que, em meio a contradições, admitiu ter matado a companheira, mas tentou justificar as ações pelo consumo excessivo de álcool.

Felipe negou ter aplicado um mata-leão em Terezinha, mas também não soube explicar de que forma teria “contido” a vítima. Em outro momento, chegou a insinuar que agiu porque se sentiu ofendido: “Ela, na verdade, feriu a minha hombridade”, declarou. Questionado sobre as facadas, tentou se esquivar: “Eu não lembro das facadas”. Mas, ao final, reconheceu: “Se não tinha ninguém na casa, com certeza fui eu”.

A acusação confrontou Felipe com outros episódios de violência, incluindo agressões a um taxista e a um pastor. Em ambos os casos, ele atribuiu o comportamento à bebida. Sobre um boletim de ocorrência registrado por uma ex-mulher, que relatou ameaças de morte e violência doméstica, o réu alegou desconhecer os fatos. A promotoria também destacou que uma ex-namorada se recusou a depor para evitar relembrar um relacionamento abusivo com ele.

DEFESA ALEGA AMNÉSIA ALCOÓLICA

Apesar das evidências e do próprio reconhecimento da autoria, Felipe insistiu na tese de que não estava em plenas condições no momento do crime. Ele afirmou que ambos passaram o dia bebendo e que o “calor da situação” teria levado ao desfecho trágico. Também enfatizou que a bebida prejudicava a vida financeira e social: “Eu tentei me tratar e não tive sucesso. Eu não consigo administrar minha renda por causa da bebida”.

Ainda assim, o réu buscou minimizar a própria imagem perante os jurados. Disse que “jamais” agiria com violência e que o “luto permanece e vai permanecer pelo resto da vida”. Chegou a afirmar que, se pudesse, daria a própria vida para que Terezinha estivesse viva. Com o interrogatório encerrado, os debates entre defesa e acusação já começaram. O júri, formado por cinco homens e duas mulheres, decidirá o destino de Felipe Leão Caldas. A previsão é que a sentença seja proferida ainda hoje.

O Portal RSN segue acompanhando o julgamento e trará novas atualizações ao longo do dia.

Leia outras notícias no Portal RSN.

 

Thiago de Oliveira

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.