O julgamento do músico Felipe Leão Caldas, réu pelo feminicídio da cabeleireira Terezinha Portella, ocorrido em setembro de 2023, segue em andamento no Fórum de Guarapuava. Após os depoimentos da filha e do genro da vítima pela manhã, a tarde foi marcada pelo interrogatório do réu, que, em meio a contradições, admitiu ter matado a companheira, mas tentou justificar as ações pelo consumo excessivo de álcool.
Felipe negou ter aplicado um mata-leão em Terezinha, mas também não soube explicar de que forma teria “contido” a vítima. Em outro momento, chegou a insinuar que agiu porque se sentiu ofendido: “Ela, na verdade, feriu a minha hombridade”, declarou. Questionado sobre as facadas, tentou se esquivar: “Eu não lembro das facadas”. Mas, ao final, reconheceu: “Se não tinha ninguém na casa, com certeza fui eu”.
A acusação confrontou Felipe com outros episódios de violência, incluindo agressões a um taxista e a um pastor. Em ambos os casos, ele atribuiu o comportamento à bebida. Sobre um boletim de ocorrência registrado por uma ex-mulher, que relatou ameaças de morte e violência doméstica, o réu alegou desconhecer os fatos. A promotoria também destacou que uma ex-namorada se recusou a depor para evitar relembrar um relacionamento abusivo com ele.
DEFESA ALEGA AMNÉSIA ALCOÓLICA
Apesar das evidências e do próprio reconhecimento da autoria, Felipe insistiu na tese de que não estava em plenas condições no momento do crime. Ele afirmou que ambos passaram o dia bebendo e que o “calor da situação” teria levado ao desfecho trágico. Também enfatizou que a bebida prejudicava a vida financeira e social: “Eu tentei me tratar e não tive sucesso. Eu não consigo administrar minha renda por causa da bebida”.
Ainda assim, o réu buscou minimizar a própria imagem perante os jurados. Disse que “jamais” agiria com violência e que o “luto permanece e vai permanecer pelo resto da vida”. Chegou a afirmar que, se pudesse, daria a própria vida para que Terezinha estivesse viva. Com o interrogatório encerrado, os debates entre defesa e acusação já começaram. O júri, formado por cinco homens e duas mulheres, decidirá o destino de Felipe Leão Caldas. A previsão é que a sentença seja proferida ainda hoje.
O Portal RSN segue acompanhando o julgamento e trará novas atualizações ao longo do dia.
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