22/08/2023
Geral Paraná

Richa chama delator de "criminoso contumaz", em coletiva à imprensa

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Da Redação

Curitiba – “Criminoso contumaz”. Foi assim que o governador Beto Richa se referiu ao dono da construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, que o acusa de utilizar recursos desviados de obras de escolas no Paraná para bancar suas campanhas políticas. Na delação, Souza disse também que o dinheiro beneficiaria a campanha de Pepe Richa, e de Marcello Richa, irmão e filho do governador, respectivamente.

O governador concedeu entrevista coletiva à imprensa nesta segunda (04), em Curitiba, quando informou que vai mover um processo judicial contra o delator. “Nunca estive com ele, nunca pedi nada para ele, nunca autorizei ninguém que pedisse alguma coisa para ele”. Beto Richa estava acompanhado pela esposa Fernanda Richa “Ninguém vai mexer com a honra da minha família impunemente. Vou cobrar na Justiça os meus detratores”, afirmou.

O governador nega as acusações e diz que a delação é uma “narrativa fantasiosa”. Até agora Souza não apresentou nenhum documento que comprove as suas acusações.

“Ele inventou uma historinha, uma narrativa envolvendo políticos do Estado e o governador, que sou eu, para conseguir a liberdade. E conseguiu. Nesse primeiro momento ele se deu bem”, afirmou.

Segundo o governador, a Secretaria Estadual de Educação fez uma sindicância para apurar o caso e, posteriormente, a Polícia Civil entrou nas investigações e os envolvidos foram exonerados.

Richa contestou todas as informações de Souza em relação aos aditivos “Eu sou a 12.ª pessoa a aprovar esses aditivos. Passa pelos fiscais do órgão responsável, pelo engenheiro, pelo diretor, pelo superintendente, vem para a Casa Civil, passa pelo mesmo circuito e aí vem para eu assinar”,.

Quanto a possível eliminação de provas, Richa também nega. Souza disse que  houve reunião na casa do governador, entre Richa e o então diretor da Superintendência de Desenvolvimento Educacional (Sude) Maurício Fanini, para discutir repasses a serem feitos via caixa dois. O encontro teria ocorrido a 45 dias da eleição de 2014, para  levantar R$ 32 milhões, por meio do esquema, para “fazer a campanha” de Richa.

Para vencer as licitações, o empresário disse ter sido orientado a apresentar propostas com “descontos agressivos”. Posteriormente, os contratos com a Valor receberam sete aditivos, que somaram R$ 6 milhões. Por meio desses acréscimos é que os dois esperavam chegar aos R$ 32 milhões.

“Isso é uma mentira, na medida em que apreenderam no celular, no notebook do iPad do Fanini, fotos minhas com ele em uma viagem ao exterior”, disse o governador.

A delação não foi homologada pela Justiça.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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