22/08/2023


Guarapuava Segurança

“Ricieri não voltou para comer a sobremesa”

Há um ano, uma noite de terror envolveu Guarapuava no Domingo de Páscoa. Um policial morreu. Nessa quinta (13), justiça retomou audiências

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Há um ano, uma noite de terror envolveu Guarapuava no Domingo de Páscoa. Um policial morreu. Nessa quinta (13), justiça retomou audiências (Foto: Arquivo/RSN)

Era o Domingo de Páscoa e a família passou o dia reunida em casa. Quando saiu para trabalhar o policial militar Ricieri Chagas se despediu, mas com a certeza de que retornaria para a casa. “Guarde a sobremesa que eu venho comer depois, mas não veio”. De acordo com o depoimento de familiares ao Portal RSN, por volta das 22h15, começou o terror. No começo, o barulho dos tiros foram confundidos com fogos. “Era Páscoa, um dia festivo”. Mas de repente, já na sacada da casa onde Ricieri morava foi possível ver a ação dos bandidos que ‘tomaram’ o quartel do 16º Batalhão da Polícia Militar, em Guarapuava.

Por volta das 22h32, uma ligação telefônica pedia para que Ricieri, se estivesse na rua, não retornasse para o Batalhão. “Mas ele já tinha sido atingido”. De acordo com os dados, um dos tiros atingiu a cabeça de Ricieri. Ele ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no Hospital São Vicente. Entretanto, morreu no sábado (23). O sepultamento na segunda (25) no Cemitério Municipal da Palmeirinha reuniu centenas de pessoas.

A morte do policial é o resultado de uma noite de terror que atingiu Guarapuava há um ano. No dia 17 de abril de 2022, Ricieri, mais o cabo Bonato e o policial Wendler deixavam o quartel para uma ronda. Mesmo antes de deixar o local, ainda na rampa de entrada, veio a surpresa. Logo na entrada, um caminhão atravessado na rua XV de Novembro estava em chamas. Além dos disparos que atingiram dois dos três policiais que estavam na viatura.

EMPRESA ERA O ALVO

Em outro lado da cidade, novo bloqueio. Desta vez perto de uma empresa de transportes de valores, alvo da ação da quadrilha de assaltantes. No entanto, apesar do clima de horror instaurado na cidade, a quadrilha saiu frustrada. De acordo com a polícia, nada foi roubado. Passado um ano do ataque, cinco dos sete réus respondem por crimes como latrocínio (pela morte do sargento Ricieri Chagas), incêndio e sequestro. Assim como os crimes de dano ao patrimônio público, porte de arma de uso restrito e receptação.

Os réus são Danilo André Ferreira, Giovani Adriano de Oliveira, Guilherme Costa Ambrozio e Jefferson Rocha Dambroski. Além de Robson Stuchi Ferreira e Guilherme Costa Ambrozio, mas este se encontra foragido. No entanto, os réus Gilmar Cezar de Almeida e Juliane Aparecida dos Santos Marcondes respondem apenas por associação criminosa. Conforme a denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR), eles não estavam em Guarapuava no dia 17 de abril, mas forneceram materiais para a ação do grupo. Os depoimentos foram retomados na quinta (13).

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Cristina Esteche

Jornalista

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