22/08/2023
Segurança

Rio Bonito do Iguaçu está no ranking da violência no Paraná

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O Mapa da Violência divulgado, recentemente, pelo Ministério da Justiça, mostra um rastro de violência e sangue num dos municípios próximos a Guarapuava. Nesse ranking, Rio Bonito do Iguaçu ocupa a 68° colocação entre os municípios paranaenses. A áreas de maior risco está no assentamento Marcos Freire, que fica no interior do município.
Para se ter uma ideia dessa violência, há pouco mais de 10 anos, o Marcos Freiro foi cenário de uma chacina brutal. Em 11 de abril de 2000, quatro pessoas da mesma família foram executadas a tiros seguidos por degolamento. A causa dos assassinatos seria passional. Aldenir Almeida de Souza, conhecido com Goiano (34 anos), sua esposa Noeli Marconssoni (24) e os filhos do casal, Paulo Antônio (5) e Roni Anderson (3) foram mortos com tiros de calibre 12 e depois degolados. O autor da chacina é
o pistoleiro Rosenir da Luz Borges, que receberia R$ 10 mil como recompensa pela execução que teria sido encomendada por Ilgo Batista de Oliveira, Luiz Octávio Paiva e Luiz Vailatti. De acordo com o processo judicial, os três acusados tinham um caso amoroso com Noeli que não aceitou deixar o marido, motivando o crime. Vailatti foi condenado a 68 anos de prisão e cumpre a pena na penitenciária de Cascavel, enquanto Rosenir foi assassinado na região norte do Paraná. Este é apenas um caso de violência que penaliza as famílias de pequenos agricultores que vivem nessa região.
A Polícia Militar tem uma motivo para os casos. De acordo com o capitão que comanda a 2ª CIA, Gilmar Golemba Santana, uma das principais causas para a onda de violência em Rio Bonito do Iguaçu, principalmente, no Assentamento Marcos Freire, é a proximidade com outra área de assentados, o Celso Furtado, que fica no município de Quedas do Iguaçu. A existência de grande número de estradas vicinais que ligam os dois assentamentos possibilita a migração de desordeiros de um local para o outro. “Em um estudo que fiz, diagnostiquei que o Celso Furtado é uma área de risco. O Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania já foi alertado e esperamos medidas o mais rápido possível”, afirmou. Outra causa que provocou muitos assassinatos foi a briga fundiária entre os assentados, motivadas pela presença de muitas pessoas oriundas de diversas regiões brasileiras. “Brigavam por poder, por terras e às vezes por questões culturais”, expôs o policial.
O policial acredita que o policiamento ostensivo que está sendo possível fazer de uns anos para cá está contribuindo para a redução nos índices de mortalidade do município. Se no início do assentamento Marcos Freire era quase impossível a chegada da polícia, hoje a situação mudou. Os números comprovam essa nova realidade. Se o estudo anterior ao apresentado pelo Ministério da Justiça mostrava que o município ocupava a 24ª posição e a 51ª nos casos de morte produzidas por armas de fogo, hoje essa posição caiu.
“Os dados infelizmente ainda são significativos, mas já obtivemos melhoras. Na próxima estatística, não vai estar entre os 100, porque a diminuição está acontecendo ano a ano”, avalia o policial.
O policiamento preventivo com apreensões de armas é uma das causas. Segundo Golemba, entre 2006 e 2008 foram apreendidas 160 armas de fogo. Já nos dois últimos anos, esse número não chegou a 100. O saldo de assassinatos neste mesmo período foi de nove pessoas.

Com informações do Jornal Correio do Povo (LS)

Cristina Esteche

Jornalista

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