Jonas Laskouski
Guarapuava – Na primeira semana de janeiro de 2017, o descarte irregular de batatas foi notícia em Guarapuava quando uma publicação em um grupo no Facebook, avisava sobre uma grande quantidade desse produto que havia sido despejada em um terreno, nas proximidades do aeroporto do município.
Muita gente compartilhou e a atitude de quem estava descartando as batatas foi amplamente discutida, principalmente quando a RedeSul de Notícias tratou o assunto como descaso. De um lado, produtores e lavadores preocupados com a grande quantidade em oferta no mercado e aos baixos preços que estavam sendo praticados. De outro, a dúvida quanto ao aproveitamento dessas batatas e a preocupação com a contaminação do solo e de águas próximas, onde o material estava sendo descartado, já que esse tipo de produto apodrece rapidamente, causando grande estrago ao meio ambiente. A questão é polêmica, já que não há em Guarapuava e nem na região, um local próprio para o descarte de lixo orgânico. Você pode relembrar a sequência de fatos abaixo.
– Toneladas de batatas são descartadas em Guarapuava
– Descarte de batatas foi irregular e indevido, dizem Vigilância e Meio Ambiente
– Mais um descarte irregular de batatas é denunciado em Guarapuava
– Falta de local para descarte de lixo orgânico gera polêmica
Na semana passada, a RSN foi informada de que o mesmo terreno, já notificado e multado pelo descarte no começo do ano, continuava a ser usado para o mesmo fim e pela mesma empresa. De posse das informações, fomos até o local nessa última segunda feira (06) para tentar descobrir se as denúncias procediam. O resultado você confere no vídeo abaixo:
As imagens falam por si. Entramos em contato com a empresa Guará Batatas que se manifestou através de nota, dizendo que ações em parceria com o Colégio Agrícola Arlindo Ribeiro estão sendo estudadas para neutralizar os efeitos negativos. Leia a íntegra da nota no final da matéria.
Na tarde dessa quarta feira (08), os proprietários da empresa foram notificados a comparecerem na Secretaria de Meio Ambiente, no Parque das Araucárias. Segundo informações, por serem reincidentes no mesmo dano ambiental, o valor da multa, desta vez, foi triplicado sobre o valor da multa passada que foi de R$ 5.000,00.
Além disso, na próxima sexta (10), os empresários voltam a SMA para a assinatura de um Termo de Compromisso de Recuperação de Danos. A secretaria afirma que mais importante que a multa, é a recuperação dos danos causados, a recuperação da área. O processo já foi iniciado na manhã desta quarta (08).
Primeiramente, uma barreira de contenção será construída para evitar que as batatas e o chorume, principalmente em dias de chuva, escorram para o córrego que atravessa o terreno. Valas impermeabilizadas também serão construídas para enterrar as batatas, que continuarão a ser descartadas nesse terreno, agora de maneira correta, após o feitio dessas melhorias para a não contaminação do solo e das águas.
A NOTA NA ÍNTEGRA
“A empresa Guará Batatas, em parceria com o Colégio Estadual de Educação Profissional Arlindo Ribeiro, tendo em vista a necessidade de dar destino certo e ambientalmente correto as batatas que serão descartadas, privilegiando a preservação do meio ambiente, estão, conjuntamente, já algum tempo, estudando a melhor forma de neutralizar eventuais efeitos negativos, indo além de apenas plantar árvores.
Tal atitude conta com duas áreas, uma com plantação de árvores exóticas e outra destinada para a compostagem, contando com profissionais especializados, estudantes e estagiários, além de servir como campo de estudos para universidades, escolas e projetos sociais, em especial a já citada parceira, a qual realiza aulas prática "in loco", a fim de obter todas as informações necessárias a respeito do funcionamento de todas as atividades realizadas, como bioma local e sua relevância.
Tudo está sendo pensado e realizado objetivando minimizar ao máximo qualquer eventual dano, bem como, de certa forma o benefício e a melhoria do meio ambiente, afim de demonstrar a responsabilidade da Empresa com a legislação ambiental.
Por fim, a empresa compromete-se a divulgar relatórios específicos das atividades realizadas, em conjunto com a Escola Parceira, comprovando assim sua Responsabilidade Socioambiental.”