A discussão sobre as mudanças no Código Florestal editado em 1965 está movimentando a agenda de ruralistas e ambientalistas. Representantes dos dois setores encontram-se mobilizados em Brasília. Um ônibus patrocinado pelo Sindicato Rural de Guarapuava seguiu à capital federal na manhã de ontem, segunda-feira (4). Juntos com outros ruralistas de várias regiões brasileiras os empresários rurais de Guarapuava e do município de Candói defendem o texto contido na nova versão do relator Aldo rebelo (PCdoB) e que trata das alterações no Código. De outro lado, grupos ambientalistas devem reagir com atos públicos já que são contra a flexibilização da lei ambiental.
As mudanças na legislação em pauta foram propostas em julho de 2009 por uma comissão especial da Câmara que aprovou a proposta de Rebelo. Considerado polêmico, o texto foi alvo de contestações de ambientalistas, da comunidade científica e de movimentos sociais ligados à área rural. Em março de 2010, o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS) colocou a discussão novamente em debate para que instituições enviassem sugestões ao relatório de Rebelo, que recebeu um mínimo de 54 sugestões de emendas. Msmo antes de conhecer a proposta de Rebelo, o PMDB, PTB, PR, PP, PSC, PSB e DEM dizem que vão apoiar o projeto. Já o PT não concorda com vários ítens como por exemplo a redução de APPs e anistia para desmatadores. O PSDB deve definir a posição do partido em reunião marcada para hoje (5).
De acordo com Rebelo, porém, já existe um consenso sobre “mais de 90%” do texto. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse ontem, segunda-feira (4) em São Paulo, que a discussão sobre o novo código ambiental quase finalziada. "Está na “reta final para consolidar uma proposta que seja convergente de consensos”, assegurou.
O presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, lembra que a agricultura é a responsável pelo superávit na balança comercial brasileira. Segundo informações do Ministério da Agricultura, citadas por Botelho, o saldo comercial brasileiro nos últimos 20 anos (1989 a 2009) foi de U$ 307,34 bilhões, sendo U$ 494,33 bilhões do agronegócio, ou seja, sem o agronegócio o saldo foi de U$ 186,99 negativo. Ele defende a aprovação do novo código "com urgência" sob a pena de 90% dos produtores rurais entrarem para a ilegalidade a partir de junho.