Jonas Laskouski
(Guarapuava) – O SAE (Serviço de Atendimento Especializado) se tornou referência para a comunidade LGBT de Guarapuava. Não só no atendimento de saúde, que é realizado pelo órgão da Secretaria Municipal de Saúde. Casos de violência contra gays, lésbicas, travestis e transexuais também são relatados por funcionários do SAE.
“Como se sentem muito discriminados quando precisam ir à alguma delegacia, a maioria deles vem até nós, porque confiam na gente”, conta Clarice Kunkel, coordenadora e enfermeira. “As profissionais do sexo e os travestis fazem todos os seus exames aqui no centro e durante o atendimento que realizamos, ouvimos histórias horríveis do dia-a-dia, principalmente agressões. Elas tem medo da exposição, mas aqui conosco elas se sentem protegidas”.
O trabalho de prevenção realizado pelo SAE vai além das salas de atendimento. Pelo menos uma vez por mês, uma equipe acompanha o trabalho das prostitutas e travestis nas ruas de Guarapuava. Eles distribuem preservativos, gel lubrificantes e orientam quanto a exames e vacinas.
Ainda segundo Clarice, o número de pessoas atendidas é transitório, já que muitas não possuem moradia fixa e sempre estão em cidades diferentes. “Não conseguimos acompanhar muito, mas durante o tempo de permanência delas em nosso município, fazemos nossa parte”.