22/08/2023
Agronegócio

– Safra 2009/10 poderá ser reduzida

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Guarapuava- Segundo a Conab, haverá redução na oferta de grãos e um conseqüente aumento nos preços das commodities

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) concluiu um estudo que prevê a redução na oferta mundial de grãos na safra 2009/10 e um conseqüente aumento nos preços das commodities no mercado internacional. Segundo informações da Conab, a crise financeira mundial e os seus reflexos no nível de investimentos na produção agrícola em países desenvolvidos poderão provocar uma nova onda de elevação dos preços globais dos alimentos a longo prazo.
O relatório da estatal indica que esse cenário se dará por conta dos efeitos da crise financeira internacional. A redução do crédito e a queda nos preços internacionais desde o segundo semestre do ano passado tendem a desestimular a produção a partir da próxima safra, o que reduziria a disponibilidade de grãos e daria sustentação para os preços. “A expectativa é de que o ápice da crise se dará em 2009, afetando os fluxos financeiros demandados pelo comércio internacional. A limitação de crédito afetará também o plantio agrícola em nível mundial, inclusive entre os países emergentes e entre eles, o Brasil”, observou a Conab.
De acordo com o relatório, a redução da produção exigiria maiores importações, com preços firmes e o dólar valorizado, em um ambiente de safra mundial menor. O resultado seria o sacrifício da balança comercial brasileira, já afetada pela crise financeira.

Queda na área plantada deve valorizar trigo
Os preços do trigo podem avançar 26%, para US$ 7,30 o bushel (R$ 37,74 com o dólar a R$ 2,35, valor correspondente a cotação do dia 22, fechamento desta edição), no fim deste ano uma vez que a demanda continua em alta e os agricultores estão reduzindo a área cultivada para fazer frente à queda de preços.
As chances de uma alta de preços no curto prazo é restrita devido às previsões que apontam para uma superávit de produção de aproximadamente 30 milhões de toneladas este ano, conforme defenderam analistas baseados em Frankfurt. Eles prevêem preços mais altos no “médio prazo”, mencionando alta no consumo e redução das plantações.
O trigo no mercado de futuros caiu 38% no ano passado e o consumo mundial do grão tem aumentado, em média, cerca de 1,9% ao ano desde 1970, informaram os analistas.
O milho pode subir 50%, para US$ 6 o bushel (R$ 31,02), caso as economias se recuperem este ano e os preços do petróleo subam. Para os analistas de mercado, o milho pode ter o melhor desempenho de todos os produtos agrícolas, já que a demanda deve permanecer forte devido ao seu uso nas rações animais e à crescente importância dos biocombustíveis. Já a soja deve subir para US$ 12 o bushel (R$ 62) nos próximos 12 meses graças à demanda chinesa, afirmaram os analistas.

Cristina Esteche

Jornalista

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