22/08/2023


Paraná Política Região

Salles discute revogação de decreto do Parque Nacional em PG

Estadia de ministro no Paraná é marcada por protestos

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Ricardo Salles (Foto: Eduardo Matysiak)

A proposta de extinção do Parque Nacional dos Campos Gerais, área que envolve os municípios de Ponta Grossa (6,6%), Castro (2,3%), e Carambeí (2,2%) provocou um encontro entre o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, produtores e lideranças locais. O anfitrião do encontro na tarde desta quarta (1), é o presidente da Associação Industrial, Comercial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), Douglas Taques Fonseca. A área de conservação atinge mais de 21 mil hectares, dos quais . o parque ocupa menos de 4,5%. Porém, a área de vegetação nativa é de mais de 76%.

A proposição para a revogação do decreto que cria o Parque Nacional é da deputada federal Aline Sleutjes (PSL), que acompanha Salles em Ponta Grossa.

A ideia da parlamentar é polêmica e divide opiniões, como a do vereador Pietro Arnaud (Rede). O parque foi criado na gestão de Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente.

O que a deputada Aline alega é que o projeto não saiu do papel e que há famílias e produtores que moravam dentro dos limites da área e que não foram indenizados. Outro ponto levantado por Aline, é que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, gestor do Parque, por questões legais impede que os produtores tenham acesso a créditos. E é justamente quem possui propriedade dentro do Parque, produtores e mineradores, que pedem a revogação do decreto.

Entretanto, uma grande preocupação é em relação aos pontos turísticos exigentes no Parque Nacional, uma das grandes atrações turística daquela região. Quem já passou por lá conhece a beleza do Buraco do Padre, uma furna que apresenta em seu interior uma imponente cascata de 30m, formada pelo Rio Quebra Perna. Soma-se a esse atrativo a Cachoeira da Mariquinha e o Capão da Onça.

Segundo Salles,a unidade de conservação visa, dentre outras coisas, a manutenção da qualidade de vida das pessoas.  “Não podemos ter um conceito de unidade de conservação que seja refratário à própria presença do ser humano. Portanto, não pode ter um sistema em que as pessoas são indesejadas”.

Para o ministro, a política ambiental brasileira viveu um “império da irracionalidade”, no qual o país não adotou as decisões corretas: “Nós vivenciamos um período do país em que o dogmatismo, a visão ideológica distorcida, fez com que vivêssemos um atraso gigantesco”.

PROTESTOS

A estadia do ministro Ricardo Salles no Paraná não está sendo bem vista. Em Curitiba, nessa terça (29), protestos na Boca Maldita provocaram o cancelamento do lançamento do programa federal Lixão Zero. O ministro, porém, viu o movimento como sendo político.  “A maioria dos organizadores eram sindicalistas e, portanto, estavam lá para um protesto político, mas de qualquer forma a nossa posição diante dos catadores é de ajudá-los, incentivar, participar”.

De acordo com o governador Carlos Massa Ratinho Júnior, o Paraná ainda tem 45% das cidades com lixões a céu aberto. A ideia é poder, com esse programa Lixão Zero, mais um programa do governo do Estado, que nós estamos para lançar nos próximos meses, que é o Paraná Sem Lixão, fazer com que as nossas cidades deem um destino adequado ao lixo”.

O ministro afirma que o principal ponto do programa é coordenar a relação da iniciativa privada com o poder público e resolver o problema dos lixões em curto prazo.

“Estamos destinando um recurso que estava em outras rubricas da ordem de R$ 750 milhões neste primeiro ano, em 2019, mais a possibilidade de outros R$ 2 bilhões. Mas mais do que a questão orçamentária, a coordenação entre o setor privado com seus problemas setoriais que são obrigação da logística reversa, junto ao município que tem a obrigação junto a destinação do lixo, o governo do Estado, de coordenar esse processo”.

Cristina Esteche

Jornalista

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