22/08/2023
Guarapuava Segurança

Samuca quebra o silêncio e nega agressão física contra ex-namorada

De acordo com o vereador guarapuavano, as medidas judiciais cabíveis ao fato já estão sendo tomadas

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Vereador se manifestou sobre o caso nesta quinta feira (4) (Foto: Reprodução)

Na primeira hora da tarde desta quinta feira (4), o vereador Samuca, de Guarapuava, quebrou um silêncio de cinco dias, após ser acusado de ter agredido sua ex-namorada. Há registro de Boletim de Ocorrência na Delegacia da Mulher. A suposta agressão teria sido consequência de discussão na madrugada de sábado (29), na saída de um bar da cidade. A denúncia tomou proporções imediatas nas redes sociais e movimentos de mulheres saíram em defesa da jovem, inclusive, pedindo medidas cabíveis ao Legislativo Municipal.

Por causa disso, Samuca diz estar vivendo uma das situações “mais difíceis da sua vida” e nega ter agredido fisicamente a pessoa com quem namorou durante um ano e nove meses. “Primeiramente eu gostaria de dizer que sempre fui um defensor da Lei Maria da Penha, tão necessária para a defesa de mulheres agredidas. Respeito e sou a favor de diversas causas da luta feminista e reconheço o trabalho das colegas vereadoras que foram extremamente incisivas no plenário da Câmara, cumprindo o regimento interno e exigindo a investigação pela Comissão de Ética do suposto caso de agressão pelo qual eu estou sendo acusado”, diz trecho da carta aberta divulgada por ele. Samuca se refere às vereadoras Terezinha Daiprai (PT) e Maria José Mandu Ribas (PSDB).

O vereador lembra que é pai de uma menina e que sempre defenderá, “pela minha filha e por todas”, que as mulheres sejam respeitadas, protegidas e valorizadas. Negando qualquer tipo de violência física contra a ex-namorada, o vereador levanta dúvidas sobre o depoimento da jovem e diz que ela ainda não fez o exame de corpo delito, o que, comprovaria ou não, a agressão denunciada.

“Prova disso é que no próprio relato em seu depoimento, a declarante afirma que não tem certeza sobre os fatos da suposta agressão e, além disso, até este momento a mesma não fez sequer o exame de corpo de delito, mesmo sendo marcado ela não compareceu. Existem diversas testemunhas que presenciaram o momento. Na era digital em que vivemos isso seria fácil ser registrado, mas a única coisa que temos é um boletim de ocorrência totalmente equivocado, amplamente compartilhado nas redes sociais e um depoimento posterior totalmente contraditório”, declara na carta.  De acordo com Samuca, as medidas judiciais cabíveis ao fato já estão sendo tomadas.

Abaixo, confira, na íntegra, a carta aberta de defesa, divulgada pelo vereador guarapuavano.

“Depois de cinco dias em silêncio, por orientação dos meus advogados, venho aqui me manifestar sobre uma das situações mais difíceis da minha vida. Estou realmente muito triste! Minha equipe de trabalho, família e amigos estão também profundamente abalados. Sei que muitos esperam por estas palavras e chegou a hora das pessoas saberem a minha versão dos fatos e a verdade ser restabelecida. Primeiramente eu gostaria de dizer que sempre fui um defensor da Lei Maria da Penha, tão necessária para a defesa de mulheres agredidas. Respeito e sou a favor de diversas causas da luta feminista e reconheço o trabalho das colegas vereadoras que foram extremamente incisivas no plenário da Câmara, cumprindo o regimento interno e exigindo a investigação pela Comissão de Ética do suposto caso de agressão pelo qual eu estou sendo acusado.

Sou totalmente contra qualquer tipo de violência contra as mulheres. Minha formação familiar e meu histórico de vida provam isso, inclusive com o padrão de comportamento neste e em outros relacionamentos que tive em minha vida. Eu sou incapaz de ferir qualquer mulher como o que foi declarado e tem sido divulgado amplamente desde o último final de semana.

Tenho uma filha, uma criança doce cuidada com muito carinho. Me coloco no lugar e sinto na pele o que passaria o coração de um pai numa situação de violência, por isso sempre defenderei, pela minha filha e por todas, que as mulheres sejam respeitadas, protegidas e valorizadas.

Quero deixar claro que sempre respeitei e continuarei respeitando a família da declarante, assim também como ela mesma, mesmo depois de ter agido de forma impulsiva e inconsequente, num momento de falta de equilíbrio emocional e físico, talvez não imaginando a ampla repercussão que o caso tomaria, justamente por eu ser um agente público. O que houve na noite de sexta para sábado, foi um desentendimento entre ex-namorados, depois de um relacionamento de 1 ano e 9 meses, com contato até a semana passada, mas sem a violência da qual eu estou sendo acusado.

Tenho muita convicção para afirmar que NÃO HOUVE A VIOLÊNCIA FÍSICA relatada no boletim de ocorrência com soco, tapa no rosto, nem tampouco qualquer outro tipo de ação que pudesse feri-la. Prova disso é que no próprio relato em seu depoimento, a declarante afirma que não tem certeza sobre os fatos da suposta agressão e, além disso, até este momento a mesma não fez sequer o exame de corpo de delito, mesmo sendo marcado ela não compareceu. Existem diversas testemunhas que presenciaram o momento. Na era digital em que vivemos isso seria fácil ser registrado, mas a única coisa que temos é um boletim de ocorrência totalmente equivocado, amplamente compartilhado nas redes sociais e um depoimento posterior totalmente contraditório. Portanto, a declarante até o momento não trouxe a público qualquer fato concreto que prove do que ela está me acusando.

O meu compromisso a partir de agora é lutar para provar a minha inocência. Já estou tomando todas as medidas judiciais para isso, inclusive posteriormente pelos danos morais que estou sofrendo. Faço isso não só por mim, mas por quem represento e para que a lei continue sendo respeitada, as mulheres continuem tendo credibilidade quando violentadas e que os verdadeiros casos de agressão, que infelizmente no Brasil são muitos, sejam rigorosamente punidos. A minha imagem já foi manchada, injustamente mas foi. A repercussão já é um fato que eu, junto com todos que estão comigo, estamos tendo que enfrentar com muita dor. Eu lutei muito para conquistar o objetivo de ser vereador e hoje represento com muito amor e dedicação milhares de pessoas que sonham com mais oportunidades para o povo. O trabalho não pode parar. Não é justo que um episódio como esse acabe com toda essa construção de quase 15 anos.

Por fim, eu peço desculpas à minha família, aos meus amigos, eleitores e à minha base política por tudo isso estar acontecendo. Sei que, com a ajuda de todos, sairei desta situação tão constrangedora. Quero sair às ruas e continuar olhando firme nos olhos das pessoas como sempre fiz pois tenho a consciência tranquila. Minha luta vai continuar com a mesma persistência pela juventude, andando pelos bairros e perto de quem mais precisa sempre com a cabeça erguida, sabendo de onde vim e aonde quero chegar. Quero também agradecer todas as manifestações de apoio e preocupação das pessoas que sabem que seria incapaz disso.

Afirmo com toda certeza que vocês não vão se arrepender de continuarem confiando em mim. Garanto que tudo será esclarecido porque acredito no trabalho da justiça dos homens, dos meus advogados, da investigação e principalmente tenho fé em Deus, que nunca me desamparou em nenhum momento da minha vida. Reafirmo a minha admiração e respeito por todas as mulheres.

Obrigado pela atenção de todos!

Guarapuava, 4 de outubro de 2018. 13:00 horas. Vereador Samuca”.

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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