22/08/2023
Guarapuava Saúde

Santa Casa de Irati tem deficit financeiro de R$ 462.532 mil por mês

Hospital atende 98% de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) que não reajusta tabela de valores desde o Plano Real

santa casa de irati

Santa Casa de Irati (Foto: Arquivo/RSN)

A crise financeira da Santa Casa de Irati se avoluma. Se a receita mensal soma R$ 2.132.330, as despesas operacionais chegam a R$ R$ 2.626.559. Portanto, o deficit é de R$ 462.532 por mês. Esse cenário veio à tona numa das sessões da Câmara de Vereadores nesta semana pelo provedor Ladislao Obrzut Neto e pelo Diretor Administrativo, Sidnei Barankievicz.

De acordo com o provedor, embora a Santa casa também tenha receba doação de R$ 32 mil, o total ainda não cobra as despesas. Conforme Ladislao, somente a folha de pagamento consome mais de R$ 1 milhão. E ainda tem as despesas de telefone, água e luz que somam mais de R$ 55 mil. Além de manutenções, reparos e material que chegam a R$ 40 mil. “Temos ainda as despesas com honorários médicos, lixo hospitalar, medicamentos, oxigênio, alimentos, gás, entre outros gastos”. Entretanto, segundo Ladislao, a estrutura hospitalar não perde para nenhum outro hospital da Região Metropolitana de Curitiba. Ele se refere à equipe, equipamentos e centro cirúrgico.

Como se não bastasse todos os números negativos, segundo o provedor, a Santa Casa tem uma dívida de R$ 10 milhões com a Caixa Econômica Federal. Outra com a Copel, sem falar as demais contas a pagar.

Mas há outra preocupação. No dia 4 de maio será votada no Congresso Nacional a PEC do piso salarial com jornada de trabalho de 30 horas. Se houver a aprovação o nosso deficit pularia de R$ 462 mil para R$ 650 mil por mês. Não vamos conseguir manter”.

Todavia, o hospital atende a demanda dos nove municípios da Região Centro Sul do Estado do Paraná. Porém, apenas Irati contribui financeiramente. De acordo com o provedor, 98% dos atendimentos prestados são de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

CHEGA DE SILÊNCIO

A Confederação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB) e a Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais (Femipa) lançou a campanha ‘Chega de Silêncio’. De acordo com as entidades, a campanha vai expor a crise no setor filantrópico no Brasil. Conforme a Confederação das Santas Casas, desde o início do Plano Real a tabela SUS e incentivos teve apenas um reajuste médio de 93,77%.

No entanto, segundo a CMB, o INPC subiu 636,07%, o salário-mínimo teve reajuste de 1.597,79% e o gás de cozinha saltou 2.415,94%. “No Brasil isto representa  R$ 10,9 bilhões por ano de desequilíbrio econômico e financeiro na prestação de serviço ao SUS dos quais atendemos 98%”.

REVERSÃO

O provedor da Santa Casa, Ladislao Obrzut Neto, disse que o deputado Ademar Traiano (PSD) conseguiu reverter R$ 2 milhões. Esse valor estava destinado para reformas e construção na Santa Casa. No entanto, esse dinheiro agora passa para despesas de custeio. “Vamos realizar mais tomografias e aumentar as diárias de psiquiatria”.

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Cristina Esteche

Jornalista

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