Santa Tereza deixa de pagar funcionários e de fazer cirurgias e partos pelo SUS

A diretoria do Hospital Santa Tereza em Guarapuava começa o ano enfrentando as mesmas dificuldades anteriores. A folha de pagamento dos mais de 450 funcionários vence nesta segunda (06) e não há dinheiro para pagar. A mesma dificuldade é extensiva aos médicos que podem deixar de atender pacientes a qualquer momento. A classe mais atingida será aquela que depende do SUS (Sistema Único de Saúde). Cirurgias e partos já não estão sendo  realizados.

De acordo com o diretor clínico do hospital, Frederico Virmond Filho, a pressão de funcionários e dos médicos é grande. “Não temos mais o que fazer. O que foi pactuado com o Ministério Público de que deveríamos cumprir não tem mais validade porque não há recursos”.

Em dezembro de 2013 o Santa Tereza firmou Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta (TAC) que deveria sanar problemas sanitários detectados no Inquérito civil conduzido pelo Ministério Público. Há irregularidades sanitárias nas dependências do hospital, em especial, nas alas psiquiátricas. “Fizemos a nossa parte e agora o Ministério da Saúde diz que repassou o dinheiro para o Estado e na Secretaria de Saúde ninguém nos diz nada. Um repassa para o outro e dizem que houve erro na publicação da portaria”.

Segundo Frederico, as cirurgias que seriam feitas pelo SUS já foram canceladas e a maternidade deixará de atender a partir de amanhã. “Em dezembro fizemos 157 partos pelo SUS, e a média diária é entre 05 e 10 partos”.

A contratualização com o SUS feita em dezembro prevê um repasse mensal de mais de R$ 300 mil, valor que deveria ser repassado no dia 31 de dezembro de 2013. De acordo com o diretor do Santa Tereza, Eduardo Potulski, a  verba seria  retroativa a agosto o que daria para pagar funcionários e médicos.