Guarapuava – O Escritório regional da Secretaria de Estado da Agricultura em Guarapuava estima as perdas ocorridas em função da estiagem na safra de verão 2008-09.
Segundo relatório emitido recentemente, em agosto e setembro começou o plantio da safra de verão 2008/09.
Durante o mês de setembro as chuvas foram desuniformes e escassas em diversas regiões do Estado, variando de 35,0 mm em Ponta Grossa a 150,2 mm em União da Vitória.
Em outubro as chuvas foram mais regulares, variando de 125,0 mm em Ponta Grossa a 280,0 mm em Cascavel, enquanto em novembro, a maior parte do Paraná recebeu chuvas regulares somente até a segunda semana. Depois, ocorreram apenas chuviscos ocasionais em alguns Núcleos Regionais.
Em dezembro voltou a chover, mas de forma irregular, contudo, aos poucos, as chuvas estão amenizando a situação, mas ainda há pontos no Estado em que choveu menos do que o mínimo necessário.
De acordo com a Seab, desde o início de dezembro o volume acumulado de precipitação variou de 4,8 mm na estação meteorológica de Paranavaí, a 145,8 na estação de Guaratuba.
Para a cultura da Batata das Águas, o clima foi desfavorável, igualmente como nas demais culturas de verão. A falta de chuvas/umidade do solo prejudicou o desenvolvimento das plantas, culminado com redução de produtividade e produção. Na região de P. Grossa as perdas de produção foram de cerca de 25%, Guarapuava 12% e Iratí 7%, que juntas produzem aproximadamente 33% da produção estadual.
A estimativa inicial era de 370,9 mil toneladas contra a previsão atual de 350,5 mil toneladas, apresentando uma redução de 5,5%. A estimativa de produção perdida é de 20,4 mil toneladas com possíveis prejuízos de R$ 7,2 milhões.
Na cultura da cebola as lavouras sofreram igualmente com a falta de chuvas ocorridas no mês de novembro e dezembro/08. Na maior região produtora do Estado – Curitiba, o clima muito seco, provocou perdas irreversíveis de produtividade e culminando com uma perda de produção 4,3%. A estimativa inicial era de 133,2 mil toneladas, enquanto a estimativa atual é 127,5 mil toneladas com uma redução de 4,3%.
O feijão (primeira safra)teve condições climáticas foram desfavoráveis durante todo o ciclo da cultura . Em agosto e setembro/08, as chuvas ficaram abaixo do ideal, provocando atraso no plantio e comprometendo o desenvolvimento das lavouras instaladas.
Em outubro ocorreu o inverso, ou seja, as lavouras foram prejudicadas pelo excesso de chuvas, baixas temperaturas e ventos frios, que continuaram a prejudicar o desenvolvimento das lavouras.
Para agravar ainda mais a situação, a estiagem ocorrida em novembro e dezembro, nas principais regiões produtoras de feijão, consolidaram as perdas, o que acabou culminando com a redução de produtividade e conseqüentemente da produção em até 25,5%.
As maiores perdas em produção ocorreram nas regiões de Cascavel 18%, Curitiba 5%, Guarapuava 35%, Iratí 26%, Jacarezinho 10%, P.Grossa 48% e U. da Vitória 33%. Essas sete regiões respondem por 78% da produção estadual.
A estimativa inicial era de 610,5 mil toneladas contra a estimativa atual de 454,8 mil toneladas, com uma redução de 25,5%.
Para quem planta fumo a situação também não é alentadora. Durante o mês de setembro as condições do tempo foram favoráveis à implantação das lavouras de fumo.
Em outubro, o excesso de chuvas foi prejudicial ao desempenho das lavouras principalmente àquelas localizadas nas baixadas.
Já no mês de novembro, a estiagem, além de prejudicar o desenvolvimento das plantas, causou a maturação antecipada e reduziu a produtividade inicial.
As lavouras mais tardias ainda podem se recuperar e ter boa produtividade.
A previsão é de redução de 13,6% com estimativa de produção perdida de 20,8 mil toneladas e possíveis prejuízos financeiros de R$ 113,2 milhões .
As falta de chuvas ocorridas entre meados de novembro a dezembro/08, foram muito prejudiciais às lavouras de milho, pois estas encontravam-se nas fases de floração e frutificação, as quais são muito vulneráveis ao déficit hídrico, ocasionando perdas irreversíveis.
A estimativa inicial era de 8,73 milhões de toneladas com uma estimativa atual de 6,98 milhões de toneladas apresentando uma redução de 20,0%. A estimativa de produção perdida é de 1,75 milhão de toneladas com perdas financeiras estimadas em R$ 443,8 milhões.
As maiores perdas em produção ocorreram nas regiões de C. Mourão 28%, Cascavel 21%, Fco. Beltrão 51%, Guarapuava 8%, Iratí 16%, L. do Sul 14%, P.Branco 14% e P.Grossa 25%. Essas oito regiões respondem por 60% da produção estadual.
De acordo com a Seab, as lavouras plantadas no início de outubro foram mais prejudicadas pela estiagem, pois estavam em floração e iniciaram a frutificação durante o período seco.
As áreas plantadas no início de novembro ainda podem se desenvolver e ter boa produtividade.
O replantio de lavouras não deve ser expressivo. Pode ser que ocorram novos plantios sobre áreas de perda total de milho, porém isto será limitado, pois os produtores sabem que áreas plantadas mais tarde são mais suscetíveis à ferrugem e ao ataque de percevejos, bem como, esta prática pode ser limitada pela falta de semente.
A estimativa inicial era de 12,23 milhões de toneladas contra a atual que é 11,21 milhões de toneladas apresentando uma redução de 8,3%. A estimativa de produção perdida é de 1,02 milhão de toneladas com possíveis prejuízos financeiros de R$ 673,5 milhões.
Segundo a Seab,as maiores perdas em produção ocorreram nas regiões de Campo Mourão 15%, Cascavel 10%, C.Procópio 12%, F.Beltrão 10%, Londrina 10% e Toledo 16%. Essas seis regiões respondem por 53% da produção estadual.
Agronegócio
Seab estima perdas provocadas pela estiagem na safra de verão
- Por Cristina Esteche
- 08/01/2009