22/08/2023
Agronegócio Guarapuava

Seca que afeta Guarapuava pode provocar quebra de até 40% na colheita

Entre as culturas com maiores perdas estão o milho, a soja e o feijão. Conforme o MAPA, a produção do leite em Guarapuava também foi afetada

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Essa é uma das estiagens mais severas das últimas décadas em Guarapuava (Foto: Reprodução/Pixabay)

A estiagem em Guarapuava e Região afeta os produtores rurais há meses. Assim, as previsões indicam que as perdas na produtividade do milho fiquem entre 30 e 35%. Em relação a soja, a diminuição prevista é de 15%. Assim como o milho, o feijão pode ter uma quebra de 35%, podendo chegar a 40%. O leite também teve redução, com queda estimada de 20%, mesmo índice das plantações de fumo.

Já produção de silagem para alimentação do rebanho teve quebra de cerca de 60%. Os números foram apresentados pela comissão técnica do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) que esteve nessa segunda (10) em Guarapuava. A reunião contou com representantes do setor, com o Escritório Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) e Sindicato Rural.

De acordo com a Seab em 10 municípios monitorados na Região de Guarapuava, os períodos de estiagem foram de 20, 30, 40 e até 50 dias, a depender da localização da área. Apesar das precipitações registradas no início de 2022, o nível de rios, córregos e lagos afetados pela seca não voltaram ao normal. De acordo com Rodolpho Botelho, presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, a quebra da produção é motivo de preocupação.

Isso impacta na renda do produtor, do pequeno, médio e grande, afetando os negócios. Muitos agricultores estão inutilizando a área de cultivo em função da quebra na safra e logo tem o vencimento de financiamentos, dos compromissos financeiros. É importante que o MAPA entenda o processo e veja o que o governo pode fazer, desde seguro rural e a questão financeira.

AVALIAÇÃO DOS AGRICULTORES

Na avaliação dos agricultores, apesar dessa ser uma das estiagens mais severas e de longo período nas últimas décadas, Guarapuava ainda está em melhor situação que outras Regiões por conta do relevo e as técnicas de cultivo.

Outras Regiões tiveram temperaturas mais altas, nós estamos em uma Região de maior altitude, menores temperaturas. Além disso, temos boa produção de matéria orgânica em nosso solo que ajuda a amenizar isso.

EXPEDIÇÃO MAPA

De acordo com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura (Secom), a expedição técnica vai percorrer todas as Regiões do Estado. O intuito é ouvir entidades, instituições, federações, sindicatos e associações, buscando identificar as atividades com maior dificuldade para posteriormente levantar propostas aos governos federal e estadual para minimizar os danos.

Conforme Pedro Loyola, diretor do Departamento de Gestão de Riscos do MAPA, as informações vão compor um relatório encaminhado para a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).

Com esse relatório, a CONAB vai fazer um levantamento das safras para janeiro e um documento para o Ministério da Agricultura para que sejam discutidas internamente, junto ao Ministério da Economia, medidas que possam amenizar esses problemas que estão passando os produtores de todo o Paraná.

Nesta semana a equipe esteve em Pitanga e na sequência seguiu para Campo Mourão. Em seguida o trabalho de levantamento continua em Maringá, depois vai percorrer municípios da Regiões Noroeste, Oeste, Sudoeste e Centro-Sul do Paraná.

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Antunes

Jornalista

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