Da Redação, com Agência Brasil
Belo Horizonte – A Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) investiga 11 mortes por febre chikungunya no Estado. Ainda não há mortes pela doença confirmadas. O número de casos prováveis, conforme boletim epidemiológico divulgado nesta terça (02), chegou a 11.696. Segundo a SES-MG, o Estado está em situação de alerta para a doença.
Os dados preocupam porque representam um aumento significativo em relação às 503 notificações ao longo de 2016. Isso significa que só nos quatro primeiros meses deste ano, o número de casos superou em mais de 23 vezes os registros de todo o ano passado. Não houve mortes por chikungunya em Minas Gerais em 2016.
No levantamento da secretaria estadual, os casos prováveis incluem os já confirmados e os suspeitos. Os registros envolvem 157 municípios mineiros. Os seis que mais preocupam são Central de Minas, Mathias Lobato, Engenheiro Caldas, Governador Valadares, Tumiritinga e Teófilo Otoni. Nestas cidades, consideradas com alta incidência da doença, há uma média superior a 300 casos prováveis para cada 100 mil habitantes.
A febre chikungunya é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, também vetor da dengue e do vírus Zika. Após a infecção, os sintomas surgem entre dois e 12 dias. A vítima pode ter febre alta, dores intensas nas articulações e nos músculos, dor de cabeça, cansaço, mal-estar e manchas vermelhas na pele. Uma vez curada, a pessoa ganha imunidade para o resto da vida. Não há vacina, e a principal medida de prevenção é o combate ao mosquito, sobretudo com a eliminação dos seus criadouros.
Os primeiros registros da doença em Minas Gerais são de 2014. Naquele ano, houve 18 notificações, mas todos os casos foram de pessoas infectadas fora do Estado. Somente no ano passado, foram confirmadas transmissões de febre chikungunya em território mineiro.
OUTRAS DOENÇAS
O boletim epidemiológico divulgado hoje também mostra que os casos prováveis de dengue chegaram a 21.981 em todo o Estado. Embora o número seja bem superior ao de registros de chikungunya, a situação dessa doença preocupa menos as autoridades porque aponta para uma queda acentuada em comparação com o ano passado. Entre janeiro e abril de 2016, foram registrados 480.536 casos prováveis de dengue, 21 vezes mais do que este ano.
Até o momento, foi confirmada apenas uma morte por dengue em 2017 em Minas, no município de Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte. Outros 48 óbitos estão em investigação. Em 2016, houve confirmação para 254 mortes e 48 ainda são investigadas.
Em relação ao vírus Zika, também houve queda na comparação com 2016. O boletim mostra 594 notificações neste ano. No ano passado, entre janeiro e abril, os casos confirmados e suspeitos da doença somavam 12.876.
FEBRE AMARELA
O surto de febre amarela em Minas Gerais também está perdendo força, segundo as autoridades estaduais de saúde. O último boletim sobre a doença, divulgado na semana passada, registra 427 casos confirmados e outros 158 em investigação. Até agora, 151 mortes por febre amarela foram confirmadas no Estado e 24 estão sendo analisadas.
O surto de 2017 é considerado o maior no Brasil desde 1980, quando o Ministério da Saúde passou a disponibilizar dados da série histórica.
A febre amarela atinge humanos e macacos e é causada por um vírus da família Flaviviridae. No meio rural e silvestre, o vírus é transmitido pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti. Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942. Todos os casos do atual surto não são considerados silvestres.