Julgamento de neonazistas continua nesta sexta (21)

Continua nesta sexta (21), o julgamento de quatro pessoas denunciadas pelo Ministério Público do Paraná pela morte de um casal de jovens, de 21 e 24 anos, na madrugada de 21 de abril de 2009. As sessões ocorrem desde essa quinta (20) no Tribunal do Júri de Campina Grande do Sul. Atuam pelo Ministério Público do Paraná promotores de Justiça titulares da Promotoria de Justiça de Campina Grande do Sul e do Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri (Gajuri).

Um dos réus não está presente no julgamento dos crimes que ocorreram há cerca de 16 anos. Ele morreu de Covid em 2021. Conforme o MP, ontem, oito testemunhas (de acusação e defesa) falaram sobre os crimes. Hoje (21) de manhã, as demais testemunhas deram depoimentos. Os jurados assistiram ao interrogatório feito na época da instrução do réu que morreu. “Após o almoço, os réus começam a ser interrogados.”

Pesa sobre os suspeitos as mortes de Renata Weachter Ferreira, 21 anos, e Bernardo Dayrell Pedroso, 24 anos. As investigações apontaram que os homicídios estariam relacionados à disputa pelo comando de um grupo com motivações neonazistas. Ricardo Barollo vem sendo apontado mandante dos assassinatos. Ele liderava o grupo neonazista no Brasil e está preso em São Paulo. Na época queria uma liderança no Paraná. A intenção, conforme informações da época dos crimes, era que Bernardo, que estudava Direito em Minas Gerais, assumisse. Mas ele pediu para sair do grupo, sendo acusado de traição.

De acordo com informações da Assessoria de Comunicação do MP ao Portal RSN, a previsão é que o julgamento acabe ainda hoje (21).

FESTA COMEMOROU ANIVERSÁRIO DE HITLER

O julgamento se refere ao caso ocorrido na madrugada de 21 de abril de 2009. Conforme o histórico, os denunciados teriam agido de forma conjunta e coordenada, a mando de outra pessoa – também denunciada – para cometerem os crimes. Os acusados aproveitaram-se da presença das vítimas em uma festa em uma chácara no município de Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. Essa festa teve como tema os 120 anos do nascimento de Adolf Hitler.

A partir de ação coordenada, eles teriam atuado para que as vítimas deixassem o local da festa. O casal saiu do local em um carro pela rodovia BR-116, no qual estava também um dos denunciados. Outro veículo, conduzido por um dos denunciados, obrigou o carro das vítimas a parar no acostamento, na altura do km 6, sentido Curitiba-São Paulo, no município de Quatro Barras. Dois dos denunciados (com 19 e 21 anos na época) saíram encapuzados do segundo carro portando pistolas e dispararam contra o casal, que morreu no local. Conforme disse o MP, a acusação atribui duplo homicídio qualificado, por motivo torpe e por ter sido praticado mediante emboscada.

CINCO EXECUTORES E UM MANDANTE

De acordo com a denúncia, oferecida pelo MPPR ainda em maio de 2009, há a citação de cinco executores e um mandante. O homem apontado como mandante dos assassinatos tinha 34 anos na data do crime e mora no estado de São Paulo. O julgamento dele pelo Tribunal do Júri de Campina Grande do Sul está previsto para ocorrer no dia 22 de maio deste ano. Um dos executores morreu no curso do processo. Ao longo dos quase 16 anos de tramitação da ação penal, alguns dos investigados chegaram a ser presos. Eles tiverem marcado o julgamento, que sofreu sucessivos adiamentos.

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