Vinte anos depois, a segunda usina eólica do Paraná, prepara-se para receber licenciamento ambiental prévio. Primeira central eólica a ser instalada no Paraná desde 1998, o Complexo Eólico Palmas II, com 200 MW e investimento de R$ 1,2 bilhões. O complexo foi desenvolvido pela Enerbios, empresa do Grupo Enercons, de Curitiba, que venceu no último dia 1º, importante etapa do seu licenciamento ambiental com a realização da audiência pública convocada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Para Ivo Pugnaloni, engenheiro responsável técnico pelo projeto e presidente da Enerbios, a audiência atingiu os seus objetivos de abrir à população a discussão sobre os Estudos Ambientais. “Mais de 210 pessoas assinaram as listas de presença, participando ativamente da apresentação dos Estudos Ambientais.
Para Pugnaloni, as demandas da plateia foram muito além da questão apenas ambiental, mas também de sustentabilidade. “Houve intervenções de várias ordens, mostrando o interesse dos presentes, que questionaram a falta de maior apoio a empreendimentos de energia renovável no Brasil, enquanto a geração por fontes fósseis, muito mais caras e poluentes quadruplicou nos últimos 14 anos, quadruplicando na mesma proporção as emissões de gases causadores de efeito estufa e de particulados de enxofre”.
Ele disse também que torce para que essa situação se altere e que a energia renovável tenha a liberdade efetiva no Brasil para crescer reduzindo o risco de falta de energia e a necessidade de recorrer cada vez mais à geração por meio de fontes fosseis poluentes e importadas, que geram desemprego ao elevarem as tarifas industriais e com isso diminuírem a competitividade da nossa indústria.
“A energia renovável é o grande fator diferencial que temos no Brasil. É indispensável para a nossa economia como um todo que ela possa ser aproveitada. Afinal seu preço é menos de 20% dos 1600,00 por MWh gerado por essas termoelétricas a diesel que foram contratadas nos últimos anos através dos leilões”, declarou o executivo.
Pugnaloni chamou atenção para a necessidade de que os fornecedores de equipamentos, serviços e materiais de Palmas, do Paraná e de Santa Catarina se associem no desenvolvimento de novas tecnologias de forma a reduzir ainda mais os custos e aumentar o fator de capacidade dos empreendimentos eólicos no sul do Brasil.
A próxima etapa do projeto é a emissão da licença prévia ambiental, com a juntada de documentos complementares do IPHAN e da ANEEL, esperados para os próximos 60 dias. “Com isso, após 20 anos de funcionamento ininterrupto, finalmente, “os cataventos de Palmas”, primeiro parque eólico do sul do Brasil, “Palmas I”, construído de forma pioneira pela COPEL e com apenas 2,5 megawatts , terá a companhia de seu irmão mais novo, “Palmas II”, com 200 megawatts. Foram 20 anos perdidos para o Paraná, enquanto em todo o Brasil, mais de 20 mil eólicos foram implantados e encontram-se em operação”, completou o especialista.