22/08/2023
Guarapuava Segurança

Sem previsão de retorno de visitas presos recebem Sedex de famílias

Guardas prisionais acompanham a chegada das encomendas na Cadeia Pública de Guarapuava. A unidade abriga atualmente 445 presos

cadeia de Guarapuava

Estrutura da cadeia foi inaugurada em 1983 e foi projetada para 166 presos (Foto: Depen)

A pandemia da covid-19 mudou o cenário mundial em todas os setores da sociedade. Desse modo, o sistema carcerário, com o intuito de impedir a contaminação dos presos, suspendeu visitas por tempo indeterminado. Em Guarapuava, os detentos da Cadeia Pública anexa a 14ª SDP, recebem encomendas com alimentação complementar, materiais de higiene e roupas via Sedex. Todo o processo é acompanhado pela chefia da carceragem e pelos guardas prisionais da unidade.

Conforme a chefia da cadeia, as encomendas demoram no mínimo dois dias para serem entregues aos detentos. Desse modo, as famílias precisam seguir um protocolo desde que os objetos são postados. “Para que a encomenda seja entregue ao preso, o remetente precisa anexar a cédula de identidade de quem é o responsável pela postagem dos objetos. Assim, caso seja identificada uma irregularidade, a pessoa deve ser responsabilizada”.

Ainda de acordo com as informações da chefia da cadeia, as encomendas ficam isoladas por 48 horas para impedir a contaminação pela covid-19. Depois disso, todas as embalagens passam por revista e depois por um scanner. Somente depois do processo concluído, as encomendas são entregues ao destinatário.

No dia 17 de julho, guardas prisionais flagraram drogas e celulares em materiais de higiene enviados à cadeia por Sedex. Na semana passada um homem foi preso, tentando ingressar objetos ilícitos para o interior da carceragem, entre os itens havia uma dinamite.

CONDIÇÕES

A cadeia de Guarapuava sofre com a superlotação e com a deterioração do tempo. A unidade, fundada em outubro 1983, foi projetada para abrigar 166 detentos, porém, convive hoje com 445. Os cubículos com quatro camas, contam com, no mínimo, sete presos em cada cela. As revindicações para uma nova estrutura que abrigue o cadeião têm sido frequentes, uma vez que, uma série de mortes e fugas foi registrada nos últimos anos.

No dia 6 de julho, 16 presos fugiram da carceragem. Além disso, quatro presos já morreram nas dependências da unidade prisional em 2020. O Departamento Penitenciário do Paraná tem buscado alternativas para organizar o sistema, enquanto uma nova estrutura ainda está sendo viabilizada. Por isso, para dar tratamento penal adequado às detentas, correm os trâmites para transformação da cadeia pública de Pitanga em uma unidade de progressão feminina.

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Cristina Esteche

Jornalista

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