Da Redação com informações das assessoria de Comunicação do MST e da Sesp
Quedas do Iguaçu – Um dia após o confronto entre policiais e sem terra, em Quedas do Iguaçu, o clima continua tenso no Acampamento D. Tomás Balduíno. A informação é da Assessoria de Imprensa do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em contato com a RedeSul de Notícias, na manhã desta sexta feira (08).
Os corpos dos sem terra Vilmar Bordim, 44 anos, e Leomar Bhordak, 25 anos, ainda não foram liberados. Os dois foram mortos durante o confronto dessa quinta (07) com policiais militares.Vilmar deixa esposa e três filhos. Leomar deixa esposa grávida de nove meses. Os corpos serão levados para velório no acampamento após às 14h desta sexta e no sábado (09) seguem para as cidades de seus familiares (Francisco Beltrão e Três Barras), para sepultamento.
O CONFRONTO
O confronto entre os sem terra, policiais militares e seguranças particulares, movimenta a região e está envolvido em versões diferentes. A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) em nota divulgada no final da tarde de ontem, quinta feira (08), afirma que policiais militares foram vítimas de emboscada quando atendia uma incêndio ambiental na localidade denominada Fazendinha. O MST contesta e diz que 25 sem terra é que foram vítimas da cilada. De acordo com o MST, os sem terra circulavam de caminhonete e motocicleta, a seis quilômetros do acampamento, dentro do perímetro da área decretada pública pela justiça, quando foram surpreendidos pelos policias e seguranças entrincheirados. Segundo o Movimento, o veiculo onde se encontravam os sem terra foi alvejado por tiros, e as vítimas para se proteger, correram mato a dentro em direção ao acampamento. Em relato a PM admite que os dois corpos foram recolhidos de dentro da mata.” O MST diz que as vítimas foram baleadas pelas costas. Além dos dois mortos, outros sete ficaram feridos e dois foram detidos para depor e já foram liberados. Não houve confronto algum, segundo o relato das vítimas do ataque”.
Segundo o MST, a PolÍcia Militar tomou as ruas, cercando a delegacia e os hospitais de Quedas do Iguaçu e Cascavel para onde foram levados os feridos, impedindo qualquer contato das vitimas com familiares, advogados e imprensa.
Antes, porém, segundo o MST, a PM isolou local onde ocorreu a emboscada por mais de duas horas. “O socorro aos feridos foi impedido, além de bloquear qualquer outra pessoa que se aproximasse para socorrer e documentar a cena do crime. Sem a presença do IML, removeram as vítimas e objetos da cena do crime.
VISITA DE ROSSONI
O MST atribui o confronto ocorrido em Quedas do Iguaçu nessa quinta feira (08), à visita feita pelo deputado federal Valdir Rossoni, chefe da Casa Civil. “Coincidentemente, ele [Rossoni] esteve em visita ao Município de Quedas do Iguaçu, no dia 01 de abril de 2016, acompanhado do secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, e representantes da cúpula da policia do Paraná”, diz o MST. A partir dessa visita, mais 60 policiais militares foram enviados para Quedas do Iguaçu.
A RedeSul de Notícias tentou contato com Rossoni, mas ele encontra-se em Rebouças.