22/08/2023
Educação

Sem transporte escolar, salas vazias

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Pinhão – Desde o último dia 20, a Prefeitura Municipal de Pinhão suspendeu as aulas da rede municipal de ensino e também o transporte escolar, isso fez com que as salas de aulas dos colégios estaduais ficassem vazias.
A prefeitura acatou uma recomendação do Ministério Público Federal de suspender as aulas até o dia 31 de agosto, porém a Secretaria de Educação do Estado não acatou a recomendação e as aulas continuaram normalmente, mas com poucos alunos. Sem transporte escolar, estudantes do interior tiveram que ficar em casa.
O Colégio Estadual Mário Evaldo Morski, informou que no dia 21, somente 43% dos alunos compareceram. No Colégio Procópio Ferreira Caldas, a situação não foi diferente, segundo informações da secretaria do colégio, 51% dos alunos são do interior.
O Colégio Estadual Santo Antonio informou que a situação foi mais crítica no período da tarde, já que a maioria dos alunos era do interior e necessitava do transporte escolar.
No Colégio Júlio Moreira em Faxinal do Céu, há informação de que no dia 21, dos 263 alunos do período da manhã, somente 84 compareceram. No dia 25, a situação se repetiu. Segundo o pedagogo do colégio, Zaqueu Ribeiro, o comparecimento ficou entre 30% e 45% .
Para o pedagogo, com esses problemas, o ano letivo dos alunos já está comprometido. “Caiu bastante o rendimento dos alunos, com todos esses problemas é inevitável haver uma queda na qualidade e no aproveitamento tanto de alunos como também dos professores”, disse.
Algumas salas contavam apenas com seis alunos. “A orientação é para dar sequência no conteúdo normal, como vão ficar esses alunos que não estão podendo vir?”, questiona o pedagogo.
Ele disse ainda que além dos alunos do interior que dependem do transporte escolar, alunos que moram perto também não têm comparecido à escola. “Alunos que moram próximos à escola se aproveitam da situação para faltar à aula”.
Caminhada
No caminho contrário, há alunos preocupados com sua educação e fazem um esforço para ir a escola. É o caso da pequena Cleidimara de Oliveira Lopes(foto), 12 anos, que estuda na 6ª série. Ela mora na localidade de Lajeado Feio e percorreu o caminho até a escola à pé, ela e o irmão demoraram pouco mais de uma hora para chegar.
Wagner Augusto Souza dos Reis, 16 anos, estudante do ensino médio, mora a dez quilômetros do colégio, ele faz cinco quilômetros de bicicleta até a casa de um amigo e depois pega uma carona até a escola. “É ruim ficar perdendo aula, quem sai perdendo é a gente mesmo”, afirma.
Para o Núcleo Regional de Ensino com sede em Guarapuava, o transporte escolar, por ser um convênio entre o Município e o Estado, fica a critério de cada prefeito. “A SEED [Secretaria do Estado da Educação] pediu aos prefeitos que o transporte não fosse interrompido, mas cabe a cada um decidir”, observou a responsável pelo Departamento de Estrutura do Núcleo Regional de Educação.
Segundo ela, a orientação da SEED é que a chamada de frequência escolar não seja feita. “Por lei, nenhum aluno pode ser prejudicado”, afirmou. O Núcleo ainda não tem nenhuma definição oficial sobre como será feita a reposição das aulas.
As aulas na rede municipal devem voltar ao normal na segunda-feira, dia 31, restabelecendo o transporte escolar. (Fatos do Iguaçu )

Cristina Esteche

Jornalista

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