Será o fim de Anderson Silva?

Anderson Silva definitivamente é uma das maiores, se não a maior, estrela do MMA brasileiro e mundial. Se hoje a sigla UFC é conhecida em todo o Brasil e em boa parte do mundo, isso tem muito a ver com a figura do Spider.

Foi ele o responsável por acender a fagulha do Boom do UFC no Brasil, graças a grandes apresentações e a um chute bem dado no queixo de Vitor Belfort, durante o UFC 126 . A luta , que por muitos foi chamada de “confronto do século”, as provocações entre os lutadores e o nocaute de Anderson Silva fizeram com que o UFC rapidamente se tornasse febre no país e tornou Anderson um  herói.

De lá para cá muita coisa mudou, o excesso de exposição e de lutas, bem como o desgaste natural em um cenário monoesportivo fizeram com que o UFC aos poucos fosse perdendo força dentro do Brasil, e é justamente ai que a figura do Spider voltou a brilhar.

Vindo de um momento complicado na carreira, após duas derrotas e uma séria lesão na perna, que chocou o mundo todo, a volta de Anderson ao octógono reascendeu a chama do UFC no Brasil.

No último sábado (31), milhões de brasileiros adentraram a madrugada com os olhos grudados na TV a espera da volta do Spider ao UFC. Ao final da luta, contudo, um certo  ar de desapontamento tomou conta dos torcedores, mesmo com a vitória do brasileiro.

É certo que a luta não foi lá uma grande maravilha e Anderson não mostrou aquilo que se esperava, porém, há muitos aspectos positivos na vitória de Silva. 

Acostumado a fazer provocações e “brincadeirinhas” durante as lutas, Anderson dessa vez mostrou um ar sério, de concentração, e em nenhum momento caiu nas provocações do rival.  Possivelmente a seriedade esteja ligada com o receio natural de voltar ao octógono após uma séria lesão, contudo, durante o decorrer do combate o lutador mostrou que recuperou a confiança nos golpes, e por diversas vezes arriscou chutes com a perna lesionada. O brasileiro também demonstrou uma grande capacidade de absorver golpes contrários e resistência.

Enfim, Anderson lutou de uma forma diferente e isso é completamente normal levando-se em conta tudo o que aconteceu antes do combate. Mais normal ainda será se Silva continuar a lutar da mesma maneira, afinal grandes atletas se reinventam em períodos de adversidade para poder ainda competir em alto nível. É o que aconteceu com Ronaldo, que mudou completamente suas características de jogo após duas sérias lesões e alguns quilinhos e anos a mais nas costas. É o que pode acontecer com o “quase-quarentão” Anderson Silva.

Indo ainda mais além e fazendo uma analise psicológica sobre o caso, é nessas horas que o atleta passa por um período de reflexão de sua carreira e cogita a aposentadoria. Afinal, já se é necessário muito mais esforço para se chegar a um nível muitas vezes abaixo do que era antes, contudo, a pressão por bom desempenho ainda é ferrenha. É nesses momentos que a tradicional frase “A mente manda e o corpo não obedece” vem à tona e pendurar as luvas parece o correto a se fazer.

Some-se a este cenário ainda o trágico resultado de um exame antidoping, que se confirmado deixará em Anderson uma cicatriz maior do que a fratura em sua perna, e o resultado provável para a carreira de Anderson parece mesmo a aposentadoria.

O próprio lutador declarou já algumas vezes o desejo de retirar-se, mas talvez nunca teve tantas razões para fazê-lo.

 Não estou aqui sentenciando ou torcendo pela saída de Spider, pelo contrário, acredito que ele poderia ainda dar muito mais ao esporte, recuperar o título e defender o cinturão por mais alguns anos, mesmo com uma possível suspensão por doping, afinal o tempo de afastamento dado costumeiramente pelo UFC nesses casos beira os nove meses, um pouco a mais do que os usuais seis meses de suspensão médica que os atletas recebem após os combates.

Contudo, é fato que as situações extra-octógono pesem ultimamente mais do que a questão técnica e debruçando-se sobre este sentido, parece provável o fim da carreira de Anderson Silva.

E para você , o fim do Spider chegou?