O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, será o novo ministro da Justiça. O magistrado aceitou o convite feito pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. Moro, porém, se contradiz ao aceitar o convite, já que em 2016, quando concedeu entrevista ao jornal Estado de São Paulo como juiz responsável pela Operação Lava Jato, disse que jamais entraria para a política. Na ocasião, o juiz federal, acusado principalmente pelo PT de perseguir o partido, declarou também que a Justiça era “questão de prova” e que achava “errado tentar medir a Justiça por essa régua ideológica.”
Agora, já que o convite foi aceito, os processos da Operação Lava Jato passarão para a juíza substituta Gabriela Hardt, que assumirá de forma provisória a 13ª Vara Federal de Curitiba. Será ela quem interrogará o ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva, no dia 14 deste mês, no processo envolvendo o sítio de Atibaia.
Entretanto, nessa quarta (31), acabou o prazo para que a defesa de Lula apresentasse as alegações finais no processo em que o ex-presidente é acusado de receber imóvel para o Instituto Lula, em São Bernardo do Campo, entendido como propina paga pela Odebrecht.
Assinado por sete advogados, o documento pede a anulação do processo sob a violação ao princípio da presunção de inocência, já que o ex-presidente foi tratado como culpado desde a fase pré processual, impedindo-se a realização de um julgamento justo.
Pela ligação política de Moro, confirmada pela participação na equipe de Bolsonaro, a defesa de Lula acusa o juiz de ser parcial. Fotos de eventos com a presença de Moro, organizados por entidades ou por políticos como João Dória, foram anexadas às alegações.