O Brasil registrou uma queda de 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, o que totaliza R$ 7,4 trilhões. Essa é a maior queda anual da série iniciada em 1996 e interrompeu o crescimento de três anos seguidos, de 2017 a 2019, quando o PIB acumulou alta de 4,6%.
O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em uma Região ou país durante determinado período. Desse modo, é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de quantificar a atividade econômica de uma Região.
No ano passado, o PIB per capita alcançou R$ 35.172, recuo recorde de 4,8%. No último trimestre (outubro, novembro, dezembro), o PIB cresceu 3,2%. As informações são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgado hoje (3), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, o resultado é efeito da pandemia de covid-19, quando diversas atividades econômicas precisaram ficar paralisadas para controle da disseminação do vírus.
Mesmo quando começou a flexibilização do distanciamento social, muitas pessoas permaneceram receosas de consumir, principalmente os serviços que podem provocar aglomeração.
RECUO NOS SERVIÇOS
Dessa maneira, conforme o IBGE, muitos segmentos acabaram afetados. Os serviços recuaram 4,5% e a indústria, 3,5%. De acordo com os dados, esses dois setores somados representam 95% da economia nacional. Já a agropecuária teve alta de 2,0%.
A categoria chamada ‘outras atividades de serviços’ teve o menor desempenho, com retração de 12,1%. Ela inclui restaurantes, academias e hotéis. De acordo com Rebeca Palis, os serviços prestados às famílias foram os mais afetados negativamente pelas restrições de funcionamento.
A segunda maior queda ocorreu nos transportes, armazenagem e correio (-9,2%). Principalmente o transporte de passageiros, atividade econômica também muito afetada pela pandemia.
Ainda no setor de serviços, as atividades de administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social registraram recuo de 4,7%, o comércio de 3,1%, informação e comunicação de 0,2%. Sendo assim, as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados tiveram movimento diferente em 2020 e subiram 4,0%, como também as atividades imobiliárias com alta de 2,5%.
Na indústria, o destaque negativo da queda de 3,5% se direciona ao desempenho da construção (-7,0%), que voltou a cair depois da alta de 1,5% em 2019. Além disso, outro dado negativo observou-se nas indústrias de transformação (-4,3%), influenciadas pela queda na fabricação de veículos automotores, outros equipamentos de transporte, confecção de vestuário e metalurgia. Além disso, eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos tiveram retração de 0,4%. Já as indústrias extrativas subiram 1,3%.
Os aumentos da soja (7,1%) e do café (24,4%) ajudaram a agropecuária a crescer 2,0%. Os dois produtos tiveram produções recordes na série histórica. Mas algumas lavouras observaram variação negativa na estimativa de produção anual, como a laranja (-10,6%) e o fumo (-8,4%).
Leia outras notícias no Portal RSN.