O comércio paranaense cresceu 1,2% em setembro em relação a agosto e 7,7% em relação a setembro de 2019. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quarta (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No primeiro caso, é o maior aumento entre os estados do Sul. O índice engloba as vendas de veículos e materiais de construção e apresenta retrato mais fiel da atividade econômica.
Na série com ajuste sazonal, o avanço entre agosto e setembro é o quinto consecutivo e o sétimo do ano do comércio do Paraná. Os crescimentos foram de 2,8% em janeiro, 0,7% em fevereiro, 27,2% em maio, 2,9% em junho, 0,6% em julho e 2,8% em agosto. As vendas evoluíram em 14 das 27 unidades da Federação em setembro. Desse modo, apontando cenário mais otimista da recuperação da economia.
De acordo com o governador Ratinho Junior, o comércio do Paraná está crescendo desde maio deste ano. “Portanto, se recuperando das perdas do começo da pandemia. É um movimento que acompanha a evolução na indústria, as contratações com carteira assinada e os investimentos do setor privado”.
Então, há um cenário otimista pela frente com as vendas de fim de ano. O comércio fechou em alta em 2019, há expectativa de repetir o bom desempenho mesmo num ano atípico.
Além disso, o comércio também se destacou como o segundo setor que mais contratou no Paraná em setembro. Com 5.398 novas carteiras assinadas, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.
INDÚSTRIA
Além disso, a produção industrial de alimentos se manteve em alta o ano inteiro no Paraná. No acumulado de 2020, o crescimento da indústria alimentícia foi de 9,4% na comparação com os nove primeiros meses do ano passado. O mês de setembro trouxe o melhor resultado para o setor, com crescimento de 18,2% com relação a setembro de 2019.
Os dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada pelo IBGE na terça (10), também trazem um salto de 9,7% no acumulado dos últimos 12 meses, de outubro de 2019 a setembro de 2020. O resultado é superior ao crescimento nacional do setor, que teve aumento de 5,8% entre janeiro e setembro e de 5,5% nos últimos 12 meses.
Em todos os meses de 2020 a variação se mostra positiva, mesmo nos períodos mais críticos da pandemia. No mês a mês, o crescimento no Paraná variou de 2,2%, em maio, aos 18,2% de setembro. O aumento ocorreu em 10% em janeiro, 5,4% em fevereiro, 8,7% em março, 9% em abril, 2,2% em maio, 3,5% em junho, 11,7% em julho e 15,8% em agosto. Dessa maneira, mostrando uma tendência ainda mais positiva nos últimos três meses.
O resultado positivo da indústria alimentícia influenciou no bom índice de crescimento da produção industrial paranaense como um todo. Portanto, o setor fechou setembro com o melhor índice do país, um aumento de 7,7% em relação ao mês anterior.
O Paraná é um dos grandes produtores de alimentos do mundo e tem ganhando força também no processamento da produção agropecuária, o que traz um valor agregado a esses produtos. Mesmo com uma crise que impactou o mundo inteiro, nossa indústria alimentícia manteve a atividade intensa ao longo do ano.
VARIAÇÃO MENSAL DO COMÉRCIO
O comércio varejista do Paraná cresceu 7,7% entre setembro deste ano e o mesmo mês do ano passado. As vendas puxadas por móveis (43,2%), eletrodomésticos (21,4%), materiais de construção (21%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (13,7%) e veículos, motocicletas, partes e peças (10,7%).
Nesse recorte mensal houve evolução em todo o País no comércio ampliado, com média de 7,4% de crescimento em setembro.
ACUMULADO
O comércio do Paraná ainda registra perda em relação aos nove primeiros meses do ano passado no balanço acumulado, com índice de -1,6%. O Paraná é um dos 17 estados com registro negativo. Mas, isso impacta diretamente a média nacional, que está em -3,6%. Na variação acumulada dos últimos 12 meses o cenário estadual é um pouco melhor, com perda de -0,2%.
No acumulado do ano, os principais aumentos registrados estão em móveis (14,3%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (6,9%), hipermercados e supermercados (6,4%), eletrodomésticos (5,1%) e materiais de construção (1,3%), acompanhando tendência de consumo no setor de alimentos e de aquisições domésticas.
As perdas em relação a 2019 estão diretamente atreladas aos hábitos de consumo. Sendo assim, elas impactaram mais os setores de tecidos, vestuário e calçados (-24,8%), livros, jornais, revistas e papelaria (-31,9%) e veículos, motocicletas, partes e peças (-7,4%).
EXPORTAÇÕES DA INDÚSTRIA
Os alimentos processados também estão entre os principais produtos exportados pelo Paraná ao longo do ano. Dessa maneira, contribuem para manter positiva a balança comercial do Estado. As carnes de aves frescas, refrigeradas ou congeladas são o segundo produto mais comercializado para outros países. Portanto, respondem por 13% das exportações paranaenses, atrás apenas da soja. O faturamento com o produto chegou a US$ 1,8 bilhão neste ano, ou R$ 9,8 bilhões na cotação atual.
Também têm um peso forte na exportação os açúcares e melaços (4,7%). Já na quarta posição na balança, gorduras e óleos vegetais (1,8%), café torrado, extratos, essências e concentrados de café (1,8%) e carne suína fresca, refrigerada ou congelada (1,7%). Os dados são do Comex Stat, portal do Ministério da Economia que concentra as informações sobre as exportações no País.
NOVO STATUS
Outra questão importante na comercialização com o exterior se dá ao novo status do Paraná referente a febre aftosa sem vacinação. Em agosto, o Estado recebeu o reconhecimento nacional, chancelado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ficando mais próximo do reconhecimento internacional conferido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A previsão é que o resultado saia em maio de 2021.
Essa condição garante a abertura de novos mercados não só para a carne bovina, como também nas cadeias de suínos, peixe, frango e leite. Para a Secretaria da Agricultura, o status sanitário internacional permitirá ao Paraná praticamente dobrar as exportações de carne suína.
Por fim, isso pode acontecer em caso de o Estado conquistar apenas 2% do mercado potencial, liderado por Japão, México e Coreia do Sul, que pagam mais pelo produto com reconhecida qualidade sanitária.
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