22/08/2023
Brasil

Só não viu quem não quis ver!

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A decisão do Diretório Estadual do PMDB em substituir a Comissão Provisória de Guarapuava mexe no cenário político local. A entrada praticamente certa do PMDB na coligação que apoia a reeleição do prefeito Cesar Silvestri agora tem um obstáculo que parece ser intransponível. O senador Roberto Requião deu o recado e faz prevalecer uma decisão que começou a ser desenhada lá atrás, na assembleia da Executiva Estadual, em julho, quando o partido foi tirado das mãos dos vereadores Cleto Tamanini e Geraldo Pacheco Barbosa. Naquela noite, Requião sentenciou que o PMDB de Guarapuava iria para as mãos de peemedebistas (leia-se Nivaldo Kuger), mas avisou: caso o partido não cumprisse a promessa de viabilizar candidatura própria e chapa para vereadores, haveria intervenção.

Com o decorrer do tempo – cerca de 90 dias – o senador voltou a firmar os traços desse desenho. Acompanhado pelo filho, o deputado Requião, e pelo sobrinho, o deputado federal João Arruda, esteve em Guarapuava, reuniu-se com o médico Antenor Gomes de Lima, do PT.

Lá atrás, articulou e conseguiu provocar a saída de peemedebistas que apoiaram o governador Beto Richa; mesmo sendo voto vencido foi contra o impeachment de Dilma Rousseff na votação do Congresso, demonstrando a sua proximidade com o PT. Não seria em Guarapuava que a sua postura seria diferente. E ainda por último mandou recado público pelo Twitter, de que o seu apoio seria para Antenor, caso não houvesse candidatura própria do PMDB. Só não viu quem não quis ver. Por falta de aviso é que não foi.

Mas como a política não se resume no PMDB, embora o tempo de TV a ele destinado seja precioso, a hora é de recuar nas convenções – como já foi feito – , e ir atrás de outros nomes para a indicação do vice. No caso do prefeito, isso é o que não falta. Que seja escolhido o melhor.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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