Deolindo Amaral do Nascimento tem 47 anos e sabe apenas "assinar o nome". Sempre morou no interior de Guarapuava trabalhando em propriedades. "Da lida do campo faço de tudo, até colher maçã", diz. Ele é apenas na fila da Agência do Trabalhador em busca de uma colocação no mercado de trabalho.
Vagas diárias para emprego é que não faltam na Agência de Guarapuava. "O que falta é capacitação. O empresário está ficando cada vez mais exigente. É ele quem vai pagar, então ele exige", diz o gerente da Agência Arion Dangui. Em média, neste ínico de ano, estão sendo ofertadas 120 vagas, mas poucas são ocupadas.
Para se ter uma ideia, Arion disse à RSN que em 2010 fez 12 mil encaminhamentos de candidatospara empresas. Destes, apenas 1,5 mil foram colocados.
Deolindo sabe que a sua situação está sendo provocada justamente pela falta de ir à escola. "A gente morava nos matos, parou de estudar cedo pra ajudar o pai na roça. Hoje quero que meus três filhos continuem estudando, mas o Governo poderia dar um cursos pra gente se preparar", diz.
Com recursos do Fundo da Amparo ao Trabalhador (FAT), a Agência de Guarapuava deverá ofertar a partir de fevereiro cursos de capacitação para a formação de pedreiro, carpinteiro, armador e eletricista. A capacitação, porém, será destinada apenas aos beneficários do programa Bolsa Família.