22/08/2023
Blog da Cris

Sobre os antigos clubes sociais da cidade

Inúmeras são as provocações que tenho recebido por parte de guarapuavanos questionando o destino do prédio do Clube Operário

GEC (Foto: Dario Martins/RSN)

Em tempo de Carnaval é praticamente impossível deixar de perceber como tradições vão sendo consumidas pelo tempo. Quando conversava com meu sogro, Setembrino da Silva, o olhar dele se perdia no tempo ao relembrar os bailes carnavalescos no Clube Rio Branco. Contava das peripécias das escolas de samba que nasceram no clube, das trocas de cortesias entre o clube dos negros e a ‘alta sociedade’ do Clube Guaíra.

Bons tempos também quando o Guaíra, o Guarapuava Esporte Clube, o Operário tiveram os áureos tempos. As gerações sexagenárias, das quais eu já faço parte, devem lembrar dos blocos ‘Sinal Verde’, e outro do Guaíra que não lembro o nome, mas que dividiam os foliões, para todos se encontrarem no ‘esquenta’ na XV de Novembro. Saudades daquele tempo. Depois, com o passar dos nos, as praias passaram a ser o endereço dos foliões. Aos poucos, os bailes foram se acabando. E agora, desde um tempo não distante, os clubes também.

Clube Rio Branco (Foto: RSN)

PERGUNTAS

O conteúdo postado no Portal RSN sobre a venda do prédio do Clube Rio Branco, provocou outros questionamentos. Inúmeras são as provocações que tenho recebido por parte de guarapuavanos questionando o destino do prédio do Clube Operário. Local dos grandes carnavais, bailes e tardes dançantes que marcaram época, o clube foi alvo de um incêndio que nunca foi desvendado. Havia a hipótese de de ter sido criminoso.

Embora tivesse a diretoria constituída e um grande número de associados, não há informações sobre quem detém o mando. A única coisa evidente é que no local há um estacionamento que serve a várias lojas, ali na rua Saldanha Marinho, ao lado do Primo Shopping. Se esse espaço foi vendido, arrendado, doado e por quem? Ainda não consegui informações a esse respeito.

O que eu sei é que essa ‘deterioração’ de sociedade que marcou a época em Guarapuava, como também o extinto Clube Cruzeiro, dos poloneses, é uma marca atual. No lugar do ‘Cruzeiro’ há salas comerciais. Comentários em torno de quem se beneficiou são muitos. Informações concretas, quase nada.

GEC (Foto: Dario Martins/RSN)

E situações de vendas também envolvem os patrimônios que pertenceram ao Grêmio Esportivo do Oeste, ao Estádio Lobo Solitário. E falando no alvi-negro, placas de vendas de lotes marcam a área dos fundos do Guarapuava Esporte Clube. Ali em frente ao Parque de Exposições Lacerda Werneck que, aliás está sendo desmontado.

Sede urbana do Guaíra (Foto: RSN)

E tem mais, bem no ‘coração’ central da cidade a sede urbana do Guaíra Country Club, que um dia já foi o ‘aristocrático’, com os suntuosos bailes das debutantes e tantos outros que marcam a história de Guarapuava, está para alugar. É o espaço onde funcionou o salão de baile. Mas esse clube ainda mantém a sede campestre ativa, com quadro de associados e tudo mais.

Bem, a situação é essa. Se alguém tiver a resposta, estou aqui, pronta para me aprofundar no assunto.

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Cristina Esteche

Jornalista

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