22/08/2023
Cotidiano

Sociedade civil se une para pedir o afastamento dos vereadores denunciados

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A formação de um comitê e a elaboração de um documento foram as duas decisões tomadas por várias entidades e partidos políticos durante a reunião realizada no final da tarde desta quinta (03) no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (ACIG). O presidente da OAB Subseção de Guarapuava, Alexandre Barbieri Neto ficou responsável pela orientação jurídica das próximas decisões a serem tomadas pelo comitê e que vão pedir o afastamento do presidente da Câmara Admir Strechar, que está preso, e dos outros 05 vereadores denunciados pelo Ministério Público.

Paralelamente, será chamada uma reunião com meios de comunicação e agências de publicidade de Guarapuava para a elaboração de uma campanha que levante a auto estima do guarapuavano.

O encontro foi chamado pela ACIG e pela Coordenação Regional da FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná). A reunião tinha o objetivo inicial de encontrar estratégia para recuperar a auto-estima da população guarapuavana, mas a indignação com os escândalos envolvendo a Câmara Municipal de Vereadores e a necessidade de uma tomada de posição acabaram sendo o foco principal da reunião.

A primeira a se pronunciar foi a advogada Edni Arruda, conselheira estadual da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que não poupou críticas à omissão dos vereadores que transferiram ao Judiciário qualquer responsabilidade sobre um possível afastamentos dos 06 vereadores denunciados pela Operação Fantasma. O presidente Admir Strechar está preso.

“É uma falácia o que está acontecendo dentro da Câmara Municipal”, disparou Edni na reunião que foi conduzida pelo presidente da ACIG, José Divonil Silva e pelo coordenador regional da FIEP, Júlio Agner.

O presidente do Observatório Social, José Abel Brina Olivo, também defendeu uma atitude que peça o afastamento dos vereadores e que seja encabeçada pelas entidades e por partidos políticos, dos quais o PDT e o PHS estavam representados.

“Protocolamos na terça-feira (01) um documento com mais de 300 assinaturas pedindo a renúncia do presidente do Legislativo e o afastamento dos vereadores que estão sendo investigados”, afirmou Abel.

Outro a se pronunciar foi o ex-presidente da ACIG, Valdir Grígolo que falou em nome do Conselho Popular de Guarapuava, da ACENDER (Associação Comunitária para o Desenvolvimento de Entre Rios). Ele também defendeu o afastamento dos 06 vereadores envolvidos nas denúncias. Grígolo disse que outras entidades e partidos políticos devem ser chamados. "Vamos convidar até o PMDB", sugeriu. Strechar é peemedebista.

Durante o pronunciamento da vereadora Eva Schran (PHS), Edni Arruda foi taxativa. “Vereadora, a senhora foi omissa naquela situação e decepcionou muita gente, inclusive eu que fui sua eleitora”, cobrou a advogada referindo-se à postura de Eva Schran que aderiu à posição dos demais repassando a responsabilidade de qualquer iniciativa de afastamento ao Judiciário. A vereadora respondeu que às vezes é necessário recuar para poder dar um passo à frente e que agora se manifesta a favor do afastamento de Strechar e dos outros vereadores envolvidos.
“Temos que moralizar a Câmara”, defendeu a vereadora.

 

Outros pronunciamentos de lideranças empresariais, comunitárias e de classe se seguiram. Todos defenderam o pedido de afastamento dos vereadores envolvidos até o final das investigações.

Cristina Esteche

Jornalista

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