22/08/2023
Blog da Cris

Somos maioria minimizada também nas eleições, como mostra o TSE

Somos mais na população, nos bastidores das eleições, no voto facultativo, mas ainda somos menos nas cargos eletivos

(Imagem: Reprodução do site Politize)

No ‘Papeando com Cristina Esteche’, podcast que tenho no Portal RSN, tenho entrevistado muitas pessoas. Um dos assuntos abordados, como estamos em temporada de eleições, são pré-candidaturas. A maioria concorre aos legislativos municipais de Guarapuava e da Região. E quem acompanha sabe que as mulherada despertou pra política e está aí distribuída por várias agremiações partidárias. Mas ainda há muito a fazer, pois não sabemos quantas delas vão chegar efetivamente às cadeiras das Câmaras Municipais.

Digo isso porque recebi um texto divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nessa terça (16). Portanto, os números são fresquinhos. Ou seja: das 5.568 cidades brasileiras apenas 45 municípios contavam com número maior de vereadoras do que vereadores, nas últimas eleições. Isso mesmo! Menos de 1%. E tem mais. Em cada 10 municípios que priorizaram as mulheres nas câmaras, sete têm menos do que 15 mil habitantes, conforme o censo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já nos municípios com mais de 100 mil habitantes, entre essas 45 cidades, apenas uma tem a Câmara com a maioria composta por mulheres. De acordo com o TSE, municípios com menor participação feminina eleita estão em maior número. Somam entre 20% e 30% em 1.384 cidades com mediana populacional de 9.513 habitantes.

Pois é!  Ainda convivemos com uma mentalidade patriarcal, machista, impregnada principalmente no universo feminino. Isso porque somos 53% do eleitorado nacional. São as eleitoras que mais comparecem às urnas. Nas eleições gerais de 2022, a taxa de participação do eleitorado feminino chegou a 80%, contra 78% dos homens. Além disso, entre mesárias e mesários, a mulher somou 68% nas eleições de 2020. E ainda é a maioria no voto facultativo, entre 16 e 17 anos, e acima de 70 anos.

Portanto, temos tudo para virar a página da história. E ‘bora’ começar pelos nossos municípios. Afinal, já está mais do que provado que a mulher na política faz a diferença. Você já imaginou uma bancada com mais de 10 mulheres em Guarapuava, por exemplo? Hummm… acredito que o ‘barulho ‘ e a reviravolta seriam grandes. Que tal apostar nisso?

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Cristina Esteche

Jornalista

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