22/08/2023


Geral Guarapuava

Suicidas dão sinais antes de cometer o ato, alerta psicóloga

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Da Redação

Guarapuava – Os boletins de ocorrências nos últimos 20 dias em Guarapuava revelam uma triste realidade. Cinco pessoas decidiram acabar com a própria vida. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde no Brasil o suicídio é a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. “Mas estes dados não se limitam a esta faixa etária, atingindo em grande número pessoas acima dos 60 anos”, diz a psicóloga e professora da Faculdade Guairacá, Jaqueline Puquevis de Souza.

Segundo Jaqueline, é mito pensar que aquela pessoa que avisa que tem essa intenção não irá fazê-la. Alguns dos últimos que praticaram esse ato em Guarapuava deram sinais nítidos, principalmente, em seus perfis nas redes sociais.

“Os comportamentos e sinais de alerta que precisamos estar atentos são as alterações significativas de hábitos de higiene, alimentação, sono e lazer; ideias suicidas; diminuição nos estudos e trabalho; irritabilidade; mudanças de humor; obsessão com a morte por meio de post, música, filmes”.

De acordo com a pesquisadora nessa área, vários são os fatores que levam a essa decisão. “Os principais fatores de risco são: tentativa prévia de suicídio; desamparo, desesperança e desespero (3 Ds); histórico de ocorrência de transtornos mentais em especial depressão, bipolaridade e esquizofrenia, uso abusivo de substâncias a álcool; isolamento e perdas recentes, fatores estressores”.

A psicóloga diz que ao contrário do que dos mitos anunciados, dos quais um deles, é não falar sobre o tema para não instigar outros casos, é preciso falar sobre depressão. “Quanto mais esclarecemos o assunto mais teremos a oportunidade de entender comportamentos e auxiliar as pessoas que estão próximas, necessitando de apoio”.

Segundo Jaqueline, as ações para prevenção e fatores de proteção ao suicídio podem ser realizadas inicialmente pela identificação das pessoas em risco. “É preciso estabelecer um diálogo, ouvir atentamente e com calma. Ser empático sem julgar é primordial, mostrando preocupação e estendendo seu apoio. É de fundamental importância o encaminhamento para o psiquiatra e para o psicólogo na busca de auxílio para estas pessoas. Como são ambivalentes, os suicidas querem acabar com o sofrimento intenso e não necessariamente com a vida. Uma base primordial para a prevenção é falar sobre o assunto”.

MITOS ALIADOS À DEPRESSÃO

Cristina Esteche

Jornalista

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