22/08/2023
Segurança

Superlotação na Cadeia de Guarapuava é o maior desafio para a Seju

A superlotação de presos na Cadeia Pública de Guarapuava é o maior desafio da nova administração da carceragem. A partir desta sexta-feira (01), a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, a Seju, se torna responsável pelas atividades internas da cadeia. A gestão será, temporariamente, compartilhada com a 14ª. Subdivisão Policial.
“O primeiro dia de trabalho foi tranquilo, mas sabemos que o nosso maior desafio será a superlotação carcerária e já temos um planejamento para esse trabalho, disse o Anderson de França Uchak, que acumula as funções como diretor da PIG (Penitenciária Industrial de Guarapuava) e como coordenador da carceragem nos municípios de Guarapuava, Pitanga e Irati.

Construída para abrigar 130 presos, a cadeia de Guarapuava conta hoje com 297 presos, segundo levantamento feito pela nova equipe que já trabalho no local há uma semana.
“Há presos condenados e que devem ser transferidos para penitenciárias, outros que podem estar no regime semi aberto pela progressão da pena, mas ainda não temos esses dados”, disse Anderson à REDE SUL DE NOTÍCIAS ao final do expediente na carceragem. A partir da próxima semana, ou logo após o Carnaval, será iniciada uma parceria com o Conselho da Comunidade, Ministério Público e outras entidades para que seja realizado um Mutirão Carcerário. “Vamos fazer um levantamento individualizado de cada preso sobre a situação processual, jurídica para começar a resolver os problemas”, antecipou Anderson.

Uma das prioridades para resolver a atual situação da cadeia é a adoção de políticas que serão traçadas a partir do diagnóstico que será levantado. “Vamos implantar o tratamento penal que hoje inexiste nas cadeias brasileiras. Hoje só tem a custódia”, observa Anderson. Para isso, a intenção é buscar parcerias com o município. “Precisamos de assistência médica”, diz. “Também vamos contar com uma defensora pública”.

Para desenvolver o trabalho Anderson defende o envolvimento das entidades de classes. “A sociedade precisa estar ciente de que as pessoas privadas de liberdade são um problema de todos e quando todos auxiliam, quando há esse envolvimento, se torna mais fácil”, afirma.

De acordo com o delegado chefe da 14ª. SDP, Italo Biancardi Neto, a Secretaria de Segurança Pública (SESP) continuará com a responsabilidade da segurança externa da carceragem. “Se houver rebelião, motim, invasão, isso tudo é um problema para nós resolver. Teremos uma gestão compartilhada até que se construa a Delegacia Cidadã em Guarapuava, o que deve acontecer em 2014”, afirmou o delegado.
Segundo Anderson, não existe, atualmente, nenhum indício de que a cadeia pública ou a 14ª. SDP sejam transferidas de espaço.

Cristina Esteche

Jornalista

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