22/08/2023


Cotidiano Guarapuava

Tarifa é cara para usuários, mas não dá para o custeio do serviço, diz setor

Em Guarapuava, tarifa com valor defasado causa prejuízo médio de cerca de R$ 800 mil mensais à empresa Pérola do Oeste

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Tarifa desatualizada cria dificuldades para o setor (Foto: Gilson Boschiero/RSN)

O setor de transporte coletivo urbano acumula prejuízos. De acordo com a Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos (NTU), o acumulado entre março de 2020 e junho deste ano, é superior a R$ 16,7 bilhões de déficit. No entanto, se para o usuário desse serviço a tarifa é cara, para as empresas é insuficiente.

“Todo brasileiro que utiliza o transporte coletivo deseja um serviço de qualidade com tarifa acessível. Infelizmente essa não é a realidade do nosso país. Na maioria das cidades é considerado caro, demorado, desconfortável e lotado em horários de pico”.

No entanto, com a pandemia da coronavírus, outra preocupação toma conta dos empresários do setor. Afinal, se as empresas já vinham enfrentando dificuldades nos últimos anos, de acordo com eles a situação agora é insustentável. Ou seja a mesma tarifa que pesa no bolso dos passageiros é insuficiente para bancar os custos do serviço. O que causa grandes prejuízos às operadoras.

Em Guarapuava, a tarifa atual custa R$ 3,75, uma das mais baixas do Paraná. Porém, segundo o diretor geral da Pérola do Oeste, Ruy Camargo e Silva, com valor defasado o prejuízo médio à empresa é de cerca de R$ 800 mil mensais. Situação agravada com a queda de 51% de passageiros em relação a outubro de 2019.

Estamos há mais de um ano informando a Prefeitura sobre a grande fragilidade da operação. Esperamos que em breve seja encontrada uma solução para que possamos continuar garantindo o serviço.

De acordo com Otávio Cunha, presidente-executivo da NTU, a saída urgente é buscar auxílio financeiro para assegurar a manutenção do serviço em todo o país. “O sistema está à beira de um colapso, em xeque. O Governo Federal tem se mantido ausente desse debate há muitos anos e que nem mesmo a pandemia foi capaz de reverter isso”.

NO PARANÁ

Para se ter uma ideia, no Paraná empresas enfrentam vários movimentos por parte de colaboradores. Em Ponta Grossa houve greve de colaboradores por salários atrasados. Contudo, em vários municípios houve o reajuste das tarifas. Assim em Maringá, por exemplo, a passagem custa agora R$ 5. Entretanto, segundo a empresa, os passageiros reclamam do valor. Mas não cobre os custos que a empresa tem para oferecer o serviço.

Em Curitiba, a Câmara de Vereadores aprovou o recurso emergencial para o setor. A previsão é que sejam repassados de R$ 17 milhões a R$ 20 milhões mensalmente pela prefeitura às empresas. Assim sendo, será possível manter o equilíbrio financeiro do sistema, até fevereiro de 2022.

Já em Cianorte, o preço da tarifa com o reajuste calculado, passou a custar R$ 4,68. Mas a administração municipal vai subsidiar R$ 2,68 sobre cada tarifa. Assim, o consumidor bancará apenas R$ 2.

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Cristina Esteche

Jornalista

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