22/08/2023
Cotidiano Economia Em Alta Mundo

Tarifaço começa a valer em 6 de agosto com quase 700 exceções

Setores estratégicos do país escapam da taxação de 50%, mas boa parte do agronegócio e da indústria será atingida

Suco de laranja está entre as exceções (Foto: Ari Dias/Governo do Paraná)

O tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil teve um pequeno adiamento. A medida assinada pelo presidente Donald Trump entra em vigor no dia 6 de agosto. A previsão inicial era que as novas alíquotas começassem a valer nesta sexta (1º).

Com a ordem executiva, mais de 1,6 mil produtos brasileiros passam a ter uma tarifa de importação de 50%. De acordo com a Casa Branca, a decisão responde a ações do governo brasileiro que, na visão americana, representam uma ameaça à segurança nacional e à liberdade de expressão.

Apesar do impacto, o decreto assinado por Trump inclui quase 700 exceções, que livram setores considerados estratégicos da taxação.

SETORES POUPADOS

Entre os produtos que escaparam da nova tarifa, estão:

Aeronáutico: aviões, motores, peças e simuladores de voo, beneficiando, inclusive, empresas como a Embraer.
Automobilístico: carros, caminhões leves e autopeças.
Energia: carvão, gás natural, petróleo, querosene e outros derivados.
Mineração e metais: silício, ferro-gusa, ouro, prata, estanho, ferronióbio, entre outros.
Tecnologia: smartphones, antenas, aparelhos de gravação e reprodução de som e vídeo.
Agronegócio (parcial): suco de laranja, castanha-do-brasil, madeira tropical, polpa de madeira, fios de sisal e fertilizantes.

Também ficaram de fora da tarifa produtos de uso pessoal, mercadorias em trânsito antes da vigência da ordem, bem como bens enviados para reparos nos EUA.

ITENS AFETADOS

Do outro lado da lista, entretanto, alguns dos principais produtos exportados pelo Brasil serão diretamente impactados, com riscos de perda de mercado e redução de receita:

Café: o Brasil exportou quase US$ 2 bilhões em café para os EUA em 2024. Desse modo, com a nova alíquota, o setor já prevê queda nas vendas e aumento nos preços para o consumidor americano.
Carne bovina: segundo maior mercado para a carne brasileira, os EUA compraram mais de US$ 1,6 bilhão do produto no último ano.
Frutas: a sobretaxa recai sobre exportações de manga, açaí, uva e outras frutas.
Têxteis: a indústria de confecções brasileira, que enfrenta concorrência internacional acirrada, não foi incluída entre as exceções.
Calçados: o setor não teve nenhuma isenção.
Móveis: apenas os artigos voltados à aviação civil ficaram de fora.

Por fim, a lista completa das tarifas está disponível no site da Casa Branca.

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Thiago de Oliveira

Jornalista

Jornalista formado pela Universidade Estadual do Centro-Oeste. @tdolvr

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