22/08/2023
Economia Em Alta Paraná

Tarifas de Trump atingem ‘coração produtivo’ e destroem empregos no PR

Setor madeireiro enfrenta paralisação após taxação de 50% de Trump; Ratinho Júnior busca medidas para conter a sangria na cadeia produtiva

Audiencia

A ausência de um diálogo diplomático efetivo entre Brasil e Estados Unidos transformou-se em uma crise econômica profunda para o Paraná. O setor da madeira e da silvicultura arcam com o custo do conflito tarifário e pautaram debates e medidas urgentes. Na manhã desta segunda (29), uma audiência pública na Assembleia Legislativa, liderada pelo deputado Artagão Júnior, presidente do Bloco da Madeira, colocou em números o impacto das taxas impostas pelo governo Donald Trump, que chegam a até 50% sobre produtos brasileiros.

Audiência do setor da madeira (Foto: Ascom/gabinete deputado Artagão Jr)

O tom do debate, que contou com a presença do presidente da ALEP, Alexandre Curi, do deputado federal Pedro Lupion, e do secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, foi de urgência. Artagão Júnior destacou que as taxações, historicamente inéditas, geram efeitos “extremamente negativos” para a economia.

De acordo com as informações, a crise atinge o setor produtivo estrategicamente dependente do mercado norte-americano. Para se ter uma ideia desse impacto, basta saber que 98% das exportações brasileiras de molduras de portas são destinadas aos EUA. Já a madeira dura, pinus e compensado têm 38% da produção absorvidos pelo mercado norte-americano. Assim sendo, a alta taxação funciona como uma barreira alfandegária que torna o processo de exportação inibido ou totalmente inviável. O que compromete a liquidez e a operação das empresas.

A SANGRIA DA DEMISSÃO

O custo social e econômico direto do conflito é alarmante. A cadeia produtiva está ligada a cerca de 38 mil empregos diretos. No entanto, a falha nas negociações levou a uma sangria de postos de trabalho. A estimativa inicial aponta para cerca de cinco mil trabalhadores demitidos pelas indústrias. A tendência, conforme o alerta do deputado,  é  de que, até o fim do mês, o impacto seja ainda mais severo, atingindo a marca de 15 mil empregos perdidos. A perda de 15 mil postos de trabalho representa uma grave desestruturação da cadeia de valor no estado, impactando diretamente a renda e o consumo em diversas regiões.

MEDIDAS DE MITIGAÇÃO

Diante do cenário de crise, a urgência é a mobilização em duas frentes, de acordo com a conclusão da audiência. O secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, sinalizou que o governador Ratinho Júnior deu “sinal verde” para analisar propostas de mitigação. A medida mais concreta em estudo, conforme o secretário, é a compra de créditos por parte do governo estadual. “O obetivo é injetar capital e aliviar o caixa das empresas”. A proposta técnica será construída para ser apresentada à ALEP.

De outro lado, o Estado do Paraná se articula para pressionar o governo federal a retomar o diálogo com os Estados Unidos. O objetivo, de acordo com o Governo, é buscar uma solução diplomática que elimine as taxações e restabeleça a estabilidade econômica do setor.

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Cristina Esteche

Jornalista

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