O ex-presidente Michel Temer agora é réu na ação que envolve a mala com R$ 500 mil da JBS, com a participação do paranaense Rodrigo Rocha Loures. Ele também é réu nesse caso.
A denúncia contra Temer, de autoria do Ministério Público Federal, foi acolhida pelo juiz da 15ª Vara da Justiça Federal em Brasília, Rodrigo Bentemuller. Para o MP, os R$ 500 mil eram propina, que seria recebida por Temer. O ex-presidente sempre negou as acusações.
Há cerca de dois anos, em abril de 2017, Rocha Loures foi protagonista em um vídeo feito pela Polícia Federal. O então assessor do ex-presidente recebeu uma mala cheia de dinheiro, entregue pelo executivo da J&F, Ricardo Saud.
Em maio houve a delação premiada de executivos da holding, no âmbito da Operação Patmos. Rocha Loures levou a pior, e denunciado, por não ter mais foro privilegiado passou a se defender do processo na 10ª Vara Federal de Brasília. O MPF entende que Rocha Loures supostamente agia em nome de Temer e por ser o “braço direito” do ex-presidente intercederia junto à diretoria do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) – órgão antitruste do governo federal – em benefício da J&F. A contrapartida, segundo delatores, seria uma “aposentaria” semanal de meio milhão de reais por 20 anos ao ex-presidente.
Após o final do mandato em 31 de dezembro de 2018, Temer passou a se defender na Justiça Federal e um novo pedido da Procuradoria é que a Justiça abra ação penal contra o ex-presidente da República.