22/08/2023
Saúde

Teste evita transmissão de HIV de mãe para filho

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O que passa pela cabeça de uma mãe ao ouvir de uma psicóloga que, tanto ela quanto seu bebê de apenas 1 ano de vida, estão infectados pelo vírus HIV? Como uma profissional da área de saúde se sente ao ter que dar esta notícia a esta mãe? Este é apenas um exemplo das inúmeras situações vivenciadas diariamente pela psicóloga do Serviço de Atendimento Especializado (SAE), Priscila Fortini. Ela explica que esta mãe não reagiu nada bem ao triste diagnóstico mas que já está em tratamento juntamente com seu bebê.

A transmissão do HIV também pode acontecer durante a amamentação, por meio do leite materno. Foi o que aconteceu neste caso em específico. “A mãe que tem o vírus não deve amamentar o bebê, sob risco de transmissão da doença para o seu filho. Orientamos a suspensão da amamentação e a inibição da lactação. Portanto, o leite da mãe deve ser substituído por leite artificial”, alerta Fortini.

Toda mulher grávida deve fazer o pré-natal e os exames para detectar a aids e a sífilis segundo determina a portaria do Ministério da Saúde. Art. 5º  – “É dever do médico solicitar à gestante, durante o acompanhamento pré-natal, a realização de exame para detecção de infecção por HIV com aconselhamento pré e pós-teste, resguardando o sigilo profissional”. Segundo Clarice Kunkel, coordenadora do SAE em Guarapuava, esse cuidado é fundamental para evitar a transmissão dessas doenças da mãe para o filho e a divulgação desta informação nunca é demais.

O teste para diagnosticar a  sífilis deve ser feito na 1ª consulta do pré-natal, no 3º trimestre da gestação e no momento do parto (independentemente de exames anteriores), pois a sífilis congênita pode causar aborto e má-formação do feto, entre outros problemas. “Caso o exame dê positivo, é muito importante que o tratamento seja feito com penicilina, pois este é o único remédio capaz de tratar a mãe e o bebê”, informa Fortini, que também destaca a importância do parceiro comparecer ao serviço de saúde para ser orientado e tratado, a fim de evitar a reinfecção da gestante.

A equipe destaca que teste rapido somente é realizado em bebês acima dos 18 meses.

“Só se faz o exame no bebê se a mãe for reagente para sífilis e ainda não tratada. Neste caso se faz uma coleta de sangue. O exame é conhecido como VDRL”, informa Priscila.

“Já a testagem para o HIV é recomendada no 1º e 3º trimestre da gestação. Mas, no caso de gestantes que não tiveram acesso ao pré-natal, o diagnóstico pode ocorrer no momento do parto, na própria maternidade, por meio do Teste Rápido para HIV”, explica Clarice.

As gestantes que souberem da infecção durante o pré-natal têm indicação de tratamento com os medicamentos para prevenir a transmissão para o feto. “ Recebem, também, o acompanhamento necessário durante a gestação, o parto e a amamentação. Para minimizar o risco de transmissão, o recém-nascido também deve fazer uso desse mesmo medicamento (profilaxia) por 30 dias, segundo o novo protocolo”, alerta a psicóloga.

SERVIÇO – O teste de sorologia, de hepatites B e C e de sífilis são oferecidos gratuitamente pelo SAE e ficam prontos em 30 minutos. Leve um documento com foto.  O SAE fica na Rua Getúlio Vargas, 1981, centro de Guarapuava – (42) 3621 4524.

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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