A testemunha que foi ouvida na audiência realizada na 2° Vara do Tirbunal do Júri em Curitiba nesta terça-feira é Marco Antonio Ferreira, um ex-motorista de Fernando Ribas Carli Filho (foto), que está sendo julgado pela morte dos jovens Gilmar Rafael Yared e Carlos Murilo de Almeida,. Ferreira não compareceu à última audiência , que foi realizada em 10 de agosto, quando o ex-deputado foi ouvido pelo juiz Daniel de Surdi Avelar. Por isso, a defesa de Carli Filho solicitou a audiência desta terça para que Ferreira pudesse ser ouvido.
A defesa insistia que o motorista fosse ouvido porque poderia mostrar que, em várias ocasiões, não era o ex-deputado quem dirigia seu veículo. Carli, que poderia ser reinterrogado, não compareceu e alegou problemas de saúde para justificar a ausência.
O ex-deputado pode ir a júri popular porque foi indiciado por duplo homicídio com dolo eventual, ou seja, quando a pessoa assume o risco por uma ação. Segundo o laudo policial, Carli Filho dirigia em alta velocidade e havia bebido antes de conduzir o veículo.
A previsão inicial para a audiência desta terça-feira era que, após ouvir esta testemunha, o juiz poderia pronunciar se o ex-deputado seria julgado por júri popular ou não. Para emperrar a decisão do juiz e, consequentemente, o andamento do julgamento, a defesa de Carli Filho conseguiu um habeas corpus impedindo que a decisão fosse anunciada na terça-feira. O advogado de defesa Roberto Brzezinski Neto alegou que a acusação e o Ministério Público do Paraná (MP-PR) ficaram com o material das câmeras de segurança do posto de gasolina próximo ao local do acidente por 40 dias. Além disso, tiveram direito de fazer alegações finais por escrito. A defesa solicitou prazo de 30 dias para fazer o mesmo, o que foi concedido pelo desembargador Telmo Cherem, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). A partir do recebimento das alegações da defesa, Daniel Avelar terá mais 10 dias para anunciar a sentença.
Ao chegar à audiência, o advogado Elias Mattar Assad, assistente de acusação do MP-PR, protestou contra a decisão do TJ-PR de conceder mais 30 dias para a defesa, mas disse que respeita o tribunal. As informações foram passadas pela filha do advogado, Eloise, à RSN.
Já a família de Gilmar Rafael Souza Yared, uma das vítimas fatais no acidenteprovocado pelo ex-deputado, anunciou que vai adotar uma postura de silêncio a partir desta terça-feira (9), como uma forma de protesto pela demora do trabalho da justiça.
Foto: GP