Sete pessoas, dos quais cinco homens e duas mulheres, compõem o Conselho de Sentença no julgamento de Alessandra de Abreu Vaz. Ela está sendo julgada pela morte do jovem Jorge Leuch Neto, ocorrida na madrugada de 12 de fevereiro de 2017, em Guarapuava. Conforme as investigações, Alessandra dirigia um GM Captiva em alta velocidade, embriagada e ainda desrespeitou o sinal vermelho.
Neto conduzia um GM Celta e trafegava pela rua Brigadeiro Rocha. De acordo com as diligências, Antonio Neto, então namorado de Alessandra, estava no carro com ela. De acordo com o delegado Alysson de Souza, que chefia a 14ª Subdivisão Policial, a primeira testemunha de acusação a depor, nesta terça (28), inicialmente havia dúvida sobre quem estava no volante do GM Captiva.
“Uma hora Alessandra dizia que era ela. Depois Antonio Neto falava que era ele”. Segundo o delegado, houve uma terceira versão de que uma amiga de Alessandra, “chamada Camila dizia que ela estava ao volante”. No entanto, conforme o delegado, no decorrer das oitivas, ficou comprovado que Alessandra era quem conduzia o GM Captiva e produziu o acidente. Portanto, pesa sobre ela, o crime de dolo eventual. Ou seja, quando não tem a intenção de provocar o crime, mas assume o risco de produzi-lo.
Sob a presidência da juíza Suzan Nataly Dayse Perez da Silva, o júri tende a não terminar nesta terça. São 13 testemunhas para depor e só então começam os debates entre o MP e a defesa. Das testemunhas, oito são arroladas pelo Juízo e pelo MP, e outras cinco pela defesa, presidia pelo advogado Paulo Gabriel de Souza Veiga. Como assistente de acusação está o criminalista Marinaldo Rattes.
MANIFESTAÇÃO
Eram 8h desta terça (27) quando familiares de Alessandra estacionaram caminhões e vans em frente ao Fórum Desembargador Guarita Cartaxo. Faixas fixadas nos caminhões defendem a jovem que está sendo julgada. Alessandra veste blusa de lã branca e calça jeans. Antes de entrar na sala do Tribunal ela chorou muito. Conforme conversa com o Portal RSN, um dos advogados da defesa, preferiu não falar sobre a estratégia.
Todavia, em conversa com outros advogados que acompanham o julgamento, eles disseram que uma das possibilidades pode ser a teoria de que Alessandra não consome bebida alcoólica. Faixas trazem frase como: “Alessandra não bebe. Alessandra é mãe dedicada”. Embora ela não tenha feito o exame de dosagem alcoólica após o acidente, a acusação apresenta vídeos dela com um copo, supostamente, de bebida alcoólica na noite do acidente.
Acompanhada apenas pelo esposo Jorge, pelo filho e por dois amigos, Marlene Leuch, disse que revê mentalmente a tragédia passar como um filme. Ela disse também que familiares e amigos preferiram não promover manifestação.
Já fizemos tudo para que a morte do nosso filho não passe impune. Agora queremos justiça para que outros pais não sofram o que estamos sofrendo. Nosso filho não volta mais. Eu vi uma faixa ali dizendo que a família quer levar Alessandra de volta pra casa. Eu nunca mais posso levar o meu filho pra casa.
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