Nessa quinta (6) apenas duas testemunhas prestaram depoimento durante o julgamento de Luis Felipe Manvailer. Desse modo, falaram o investigador de Polícia Civil, Marco Aurélio Jacó e o auxiliar de necropsia Obadias de Souza Junior, assistente do Instituto Médico Legal (IML). Os dois defendem a tese de feminicídio. Jaco, embora admitindo ter deixado de investigar várias situações, pela “exiguidade de tempo” – só 10 dias – se mostrou convicto. Assim, afirmou que acredita que Tatiane foi morta por asfixia mecânica dentro do apartamento. Depois teve o corpo lançado da sacada do quarto andar do prédio onde morava.
Após o depoimento do investigador, sexta testemunha a depor, houve recesso de 30 minutos. Depois disso, por volta das 19h, iniciou o depoimento de Obadias de Souza Junior. O depoimento de Obadias terminou já no início da madrugada desta (7), por volta de 0h30. Durante o depoimento do auxiliar do IML, houve trocas de acusações entre ele e o advogado de defesa.
PASSEIO DO CORPO
Ele relatou como ocorreu a movimentação do corpo de Tatiane no dia da morte. Além disso, explicou que pediu ao delegado que o corpo retornasse ao IML, após receber a informação de que o médico-legista de plantão liberou o corpo apenas com exame externo. Então o auxiliar disse que “soaram os alarmes”. Entre as várias informações prestadas por Obadias, após imagens expostas em vídeos e fotos, Obadias se apega à tese de esganadura como sendo a causa da morte da advogada.
Entre os argumentos do técnico em necropsia, ele diz que o osso hióide não pode ter sido quebrado por ‘erro humano’ no transporte do corpo. O hióide trata-se de um osso que fica na parte anterior do pescoço, abaixo da mandíbula e à frente da porção cervical da coluna vertebral. Essa quebradura é típica de esganadura. Todavia, uma avaliação do médico legista e ex-diretor do IML do Paraná, Paulino Pastre, mostrada em vídeo dá outra versão. Ele diz que o osso hióide pode ser quebrado durante uma esganadura ou durante uma queda.
MAQUIAGEM
Desse modo, várias situações contraditórias marcaram o depoimento do técnico auxiliar em necropsia. Entretanto a que mais chamou a atenção foi quando ele afirmou que tinha um oficio do delegado Welinton autorizando nova autopsia no corpo de Tatiane. Esse corpo já estava na funerária sendo preparado para o funeral. Há informações de que já estava maquiado por uma profissional que a atendia há anos. Incialmente, Obadias disse desconhecer esse fato, mas depois detalha como a maquiagem ocorreu. Disse que conversou com a maquiadora.
Entretanto o ponto crucial é o ofício do delegado. O documento exposto em vídeo mostra que o delegado não autoriza que Obadias resgate o corpo de Tatiane da funerária. De acordo com a defesa, isso só por ser requisitado por juiz ou promotor. Contudo, após cerca de quatro horas de sabatina promovida pela acusação e em seguida pela defesa, houve debate de muitos outros pontos. Todavia, ao fim do depoimento, Obadias manteve a tese de feminicídio.
QUARTO DIA
A sessão de hoje (7) estava agendada para ter início às 9h30. Entretanto, houve atraso. No início da sessão, a defesa dispensou duas testemunhas: o investigador Joanez Gaspar e o delegado Wellington Daikubara. Desse modo, a primeira testemunha a depor nesta sexta (7) é investigador Leandro Dobrychtop. Até o momento a defesa questiona o policial sobre a ação dele na noite do crime.
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